A nutrição do rebanho é um dos fatores mais importantes para a qualidade da carne. Quanto mais natural, mais saudável será o alimento. A carne é essencial para a saúde humana, principalmente para o cérebro.
Cordeiro Americano Natural
O Cordeiro Americano Natural tem duas explicações básicas:
1 - O peso médio do cordeiro abatido nos Estados Unidos é de 61 kg, consideravelmente maior do que o peso de cordeiros em outros países. Isto resulta em maiores tamanhos de cortes (por exemplo, partes do lombo, do pernil, etc.) e maior proporção entre carne e osso.
2 - Uma grande porcentagem de cordeiros é alimentada com grãos. Isso resulta em uma carne mais macia e com sabor suave. Cordeiros americanos são geralmente preferidos pelos gourmets nos testes de sabor. Quase 80% dos restaurantes que servem cordeiro, preferem carne do Cordeiro Americano Natural.
O Cordeiro Americano Natural, porém, pode ter várias classificações, ou Selos.
Selo de qualidade USDA
A maioria da carne de cordeiro vendida em mercados tem o certificado do USDA (Ministério da Agricultura dos Estados Unidos). A carne de primeira tem maior grau de marmoreio e, por isso, é mais suave e saborosa. O conteúdo de proteína, vitamina e mineral da carne é semelhante para todos os tipos de carne de cordeiro.
Programa Nacional de Alimentos Orgânicos (USDA).
Cordeiro da Primavera
Se a frase “Spring Lamb” (“Cordeiro da Primavera”) está na etiqueta de carne, isso significa que o cordeiro foi produzido entre março e outubro, embora a carne esteja disponível o tempo todo.
Hoje, todavia, o “Spring Lamb” geralmente indica apenas que a carne é proveniente de animais jovens (3-5 meses).
Certificado de Cordeiro Orgânico
As pessoas estão aumentando a preocupação com a alimentação do dia-a-dia, bem como a maneira de produção desta comida. Por isso um dos segmentos de mais rápido crescimento da indústria de alimento é o orgânico.
O que é “orgânico”? Há divergência quanto à palavra “orgânico”, pois não há garantia plena de que seja mais saudável do que qualquer alimento produzido pelas fábricas. Todo consumidor, porém, acredita que o orgânico deveria ser, de fato, mais saudável.
Quando alguém compra um alimento orgânico tem a impressão de que está defendendo seus próprios valores e convicções, quase uma religião. Por isso, já surgem fanáticos por produtos ecológicos, orgânicos, etc.
A rigor, os produtos orgânicos são mais caros, porque têm a garantia de que foram produzidos de uma determinada maneira.
Segundo o USDA o alimento orgânico “é aquele produzido respeitando os recursos renováveis tais como, a conservação do solo e da água, tendo em vista melhorar a qualidade ambiental para as gerações futuras. Assim, a carne orgânica, bem como aves, ovos e produtos lácteos são provenientes de animais que não recebem nenhum antibiótico ou hormônio de crescimento. A rigor, os alimentos orgânicos são produzidos:
- sem uso de pesticidas convencionais;
- sem fertilizantes à base de petróleo, ou sem fertilizantes obtidos de depuração;
- sem contribuição da bioengenharia;
- sem contribuição da radiação ionizante.
Antes de poder rotular um produto como orgânico, a certificadora aprovada pelo Governo inspeciona a fazenda onde o alimento é cultivado para garantir que o agricultor está seguindo todas as regras necessárias para atender aos padrões orgânicos. Também as empresas que manipulam, ou processam alimentos orgânicos antes que ele chegue ao supermercado, ou restaurante, devem ser também certificadas.
Complicação - Um dos obstáculos para a produção é que os padrões orgânicos proíbem o uso de anti-helmínticos (drogas antiparasitárias). Alguns países, como o Reino Unido, não têm essa preocupação e utilizam os anti-helmínticos à vontade. Consideram que o animal parasitado está em situação de risco e, como tal, precisa ser recuperado urgentemente.
Um estudo mostrou que 64% dos agricultores orgânicos nas Ilhas Britânicas usam anti-helmínticos; 91% usam anti-helmínticos em conjunto com outras práticas de gestão.
Assim, o Selo de Cordeiro Orgânico é de difícil aplicação onde há infestação de vermes. Enquanto várias alternativas para anti-helmínticos estão sendo pesquisadas (e algum progresso está sendo conseguido), a maioria dos produtores continua precisando de anti-helmínticos para garantir a saúde e o bem-estar do seu rebanho.
Cordeiro “Natural”
Também não existe uma definição legal, pelo USDA, para o que seja uma “carne natural”. Em muitos casos, o produto rotulado como “natural” é muito semelhante ao produto dito “orgânico”, com a exceção de que a fazenda não recebeu a certificação de terceiros.
Em outros casos, o produto com Selo Natural é produzido mais convencionalmente, sem a utilização de hormônios suplementares, promotores de crescimento, antibióticos e anti-helmínticos profiláticos.
O cordeiro “Natural” é geralmente alimentado apenas com capim, recebendo alguma alimentação suplementar, especialmente aqueles que permanecem no lote de ovelhas.
Muitos cordeiros comem tanto capim como grãos.
Cordeiro Verde
Muitos produtores e organizações estão divulgando as vantagens de animais alimentados exclusivamente com capim. O capim não é apenas uma dieta mais natural, mas também resulta sendo mais saudável para o ser humano. O animal verde acumula mais gorduras do tipo Ômega-3 em sua carne. Ele tem mais CLA (ácido linoleico conjugado), um antigordura e um ácido gordo que previne contra o câncer.
Além disso, a carne de animais alimentados somente por capim tem alto teor de proteína, vitamina E e beta-caroteno. Muito mais que a carne de animais alimentados com grãos. Os animais verdes também são considerados melhores para o meio ambiente porque protegem as pastagens e o solo contra a erosão, o escoamento de nutrientes e apresentam inúmeros outros benefícios ecológicos.
Também nesse caso, o USDA não chegou a uma definição legal de animal verde. Por isso, alguns cordeiros verdes recebem 100% de capim, enquanto outros recebem um adicional de grãos.
A guerra entre os Ômegas - É preciso entender bem a questão do Ômega-3 e do Ômega-6. A nutrição saudável do ser humano, com animais naturais (sem produtos químicos na dieta) geralmente apresenta um equilíbrio entre Ômega-3 e Ômega-6. A proporção é de 1:1 (um por um), ou, no máximo, 1:2.
A industrialização da carne, porém, força o acabamento dos animais e também os processos industriais quebram esse equilíbrio entre os Ômegas. Nos Estados Unidos, há 50 anos a carne apresentava a proporção de 1:5 (um para cinco) entre os dois Ômegas: não era um alimento tão saudável como antes.
Hoje a situação está muito pior: a carne norte-americana apresenta 1:30, 1:40 e até 1:50. Assim, a carne com tamanha distorção entre os Ômegas não pode ser chamada de “natural”, ou “orgânica”, pois - com certeza - não é saudável.
Os vegetarianos combatem o consumo da carne, mas deveriam combater o desequilíbrio entre os ômegas (e também combater produtos perigosos como o açúcar, o fumo, o álcool, etc.), deixando a carne de lado. Havendo equilíbrio entre os Ômegas, a carne continuará sendo o produto mais adequado para o ser humano. Afinal, a civilização não chegaria aonde está, hoje, se a carne não tivesse sido introduzida na dieta. A carne é essencial para o correto funcionamento do cérebro e ele (o cérebro) é a grande diferença entre o ser humano e o restante dos animais no planeta Terra.
Cordeiros alimentados com grãos
A carne de cordeiro produzido com dieta à base de grãos geralmente é mais suave, com menor gosto de caça. Obviamente, a carne produzida com grãos tem alta preferência no mercado, se não for dito que é contrária ao “Cordeiro Verde”. Por isso, nos Estados Unidos, a maioria dos cordeiros recebe grãos em algum momento de sua dieta. Na maioria dos outros países, porém, os cordeiros são produzidos apenas no pasto, comendo capim. Assim, a tendência é aumentar o valor do cordeiro produzido com grãos, com carne superior destinada a um público mais exigente quanto ao paladar.
Certificado “Cordeiro humanitário”
O objetivo do Certificado Humanitário é garantir que os animais tenham vida livre de dor e angústia, que tenham liberdade de expressar seu comportamento natural. Isso quer dizer que precisa ter abrigo, alimentação, água e cuidados veterinários.
Há divergências em muitos pontos entre os cientistas, produtores e organizações do bem-estar animal. Não definiram adequadamente, ainda, quais seriam as práticas humanitárias.
Assim, a falta do Selo Humanitário não quer dizer que o animal tenha sido produzido por práticas não humanitárias. Na verdade, a maior parte dos produtores de cordeiro aprecia um manejo com boas práticas de bem-estar do rebanho.
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