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O CONTADOR DE CARNEIROS

- 13/05/2011

Malaquias era famoso porque sempre soubera ganhar dinheiro, trabalhando dias e noites, fabricando roupas para todas as gentes e ocasiões. O negócio cresceu; de algumas poucas peças diárias, já fazia dezenas e o horizonte era muito bom para as vendas. Ele, porém, andava cada dia mais rabugento, reclamando:

- Não consigo dormir, só fico pensando nos problemas e já tomei um montão de comprimidos.

Alguém respondeu, tentando ajudar.

- Existe o método antigo, de ficar deitado e contando carneirinhos. Cada um que pular a cerca, você vai contando. Antes de chegar a 200 carneirinhos, você já terá dormido.

  Malaquias ficou entusiasmado por alguém lhe lembrar essa receita infalível que é transmitida de geração em geração. Valia a pena tentar.

Á noite, cheio de confiança, deitou-se e logo começou a contar os carneirinhos que desfilavam diante dele. Os animais, com um grande sorriso, pulavam a cerca, abrindo espaço para outro que vinha logo atrás. A fila era interminável e Malaquias deu um grande sorriso, pois poderia gastar quanto tempo quisesse contando os alegres animais.

 

No dia seguinte, Malaquias chegou ao serviço, mais rabugento que nunca, cheio de rugas e olheiras. Ninguém se arriscava a perguntar o que havia acontecido de noite, até que o padre se aproximou e, timidamente, perguntou:

- Alguma coisa deu errado, Seu Malaquias? Não conseguiu contar muitos carneirinhos?

O velho rangeu os dentes, lembrando-se da noite de insônia, e respondeu:

- Foi um desastre.

- Mas como pode ser? É tão fácil: o carneirinho pula e você conta. Só isso.

- Pois é, começou desse jeito, mesmo. Eu fui contando, um, dois, cinco, cinquenta, duzentos. Cheguei a contar até dois mil carneirinhos.

- Que maravilha! Então foi um sucesso!

- Nada disso - vociferou o homem com voz grossa. Cada um que saltava, eu tirava a lã e empilhava, para não perder tempo. Fui fazendo uma pilha de lã. A pilha só ia crescendo. Então empilhei a lã de dois mil carneiros. Achei que já era suficiente. Era lã de primeira; boa para fazer casacos. Eu ia ganhar um dinheirão. Estava muito feliz com aquele monte de lã e vendo mais e mais carneirinhos pulando a cerca. Era uma mina de ouro.

- Pois é, Malaquias, tudo lindo. E o que é que deu errado?

- Ora, pois! Com aquela lã eu podia fazer uns vinte mil casacos. Eu ia ganhar muito dinheiro, trocar de automóvel, viajar para a praia, aumentar a produção. Quando imaginei a produção, na oficina, descobri: já tenho a lã para os casacos, mas como vou conseguir os vinte mil forros? Me deu um arrepio e veio outro pensamento: como conseguir os sessenta mil botões? Fiquei muito assustado, mas veio mais um pensamento: e como conseguir vinte mil metros de linha? Conseguir a lã foi fácil, mas como conseguir o resto?

Todos fixaram a atenção no empresário que mostrava o rosto franzido:

- Passei a noite tentando descobrir um jeito de conseguir os forros, os botões e a linha, mas não deu! Quem é que quer ficar com a lã de vinte mil casacos encalhada, estragando? Era muito dinheiro escapando para longe e eu sem saber o que fazer. Então fiquei desesperado e me deu uma grande tristeza, tão grande que não consegui mais fechar os olhos. A multidão aumentou e seu Malaquias terminou:

- Não descobri nada. Passei a noite colocando vaca, boi, cachorro, gato, baleia, morcego, minhoca, coelho, todos saltando a cerca, mas nenhum deu certo. Nenhum bicho se transformava em forro, botão ou linha. Foi o maior prejuízo que levei em minha vida.

 

 






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