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DO CAPRINO AO BIOCOMBUSTÍVEL

Autor: Daniela Garcia Collares - 10/06/2010

O melhor dos biocombustíveis tem início no rúmen dos caprinos,

ou seja, a primeira parte do estômago dos ruminantes...

 

Você sabe o que os caprinos – bodes e cabras – têm em comum com o com­bustível que você abastece o carro? Pode parecer estranho, mas ao contrário do que se pode imaginar, esses animais representam um grande potencial para a indústria do biocombustível. Quer saber como? A Embrapa Agroenergia (Brasília/DF) em parceria com a Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE), a Universidade Católica de Brasília (UCB) e a Universidade de Brasília (UnB), está desenvolvendo pesquisas para a produção de enzimas a partir do rúmen de caprinos.

O projeto Metagenoma, como é chamado o estudo financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), começou em março de 2008, e já é considerado um dos melhores indicadores de que o futuro dos biocombustíveis de 2ª geração está cada vez mais perto. Com o desenvolvimento dessas tecnologias, o Brasil dará um salto na produção de etanol.

O etanol de 2ª geração poderá ser produzido a partir de qualquer matéria-prima que tenha em sua com­po­sição ma­terial lignocelulósico. A pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Betânia Quirino, responsável pelo trabalho explica que qualquer planta possui celulose na sua composição e a celulose é um polímero de glicose que pode ser fermentado para produzir etanol.

- O foco da nossa pesquisa é encontrar enzimas que consigam degradar essa matéria-prima para então utilizar o método tradicional de fermentação usando levedura. Com a pesquisa, poderemos também usar o bagaço de cana e outras plantas que possuam celulose para produzir etanol, salienta Betânia.

 

 

O caprino tem uso na alta tecnologia

 

Moxotó & biocombustível

 

À primeira vista, é difícil imaginar o que as cabras da raça Moxotó têm a ver com a produção de etanol, mas, para um grupo de pesquisadores dessas instituições, os animais são fundamentais a um dos mais promissores estudos na área de produção de biocombustíveis.

O início de tudo está no rúmen dos caprinos, ou seja, a primeira parte do es­tômago dos ruminantes. Dentro do rúmen, existem vários tipos de bactérias que ajudam na digestão do pasto. O alimento é atacado pelas enzimas das bactérias, que fazem a "quebra" das fibras, em unidades de glicose que pode ser fermentada e convertida em etanol. “Identificar e caracterizar essas enzimas são os grandes desafios desse trabalho. ”O início de tudo está no rúmen dos caprinos, ou seja, a primeira parte do estômago dos ruminantes, salienta Quirino. "Em dois anos, já conseguimos identificar quatro tipos de enzimas", diz.

 

 

A raça Moxotó está em pesquisas

 

As pesquisas estão sendo desenvolvidas no laboratório da UCB e os resultados têm animado a equipe de pesquisadores, professores e estudantes de mestrado e doutorado. Se os laborató­rios e os equipamentos de alta tecnologia estão em Brasília, é do sertão nordestino que vem a matéria-prima, a origem da inspiração da equipe!

"Escolhemos os caprinos da raça Moxotó, espécie nativa brasileira, que fazem parte dessa unidade de conservação pelo fato deles terem uma alimentação peculiar e única que é a vegetação do semiárido nordestino", ressalta a mes­tranda, Isabel Cunha. Além disso, a identificação de enzimas nestes animais é inédita, pois a maioria dos trabalhos em outros países é com bovinos.

Cristine Barreto, professora da UCB, explica que a primeira fase do estudo foi descrever a diversidade dos microorganismos. "Descobrimos, através da metagenômica, que conhecemos, no máximo, 20% da diversidade bacteriana presente no rúmen desses animais".

Isso significa, constata Cristine, que existe ainda muito a ser explorado em termos de buscas de novas enzimas. Isabel complementa. "Para explorar o poten­cial dessa diversidade microbiana fizemos a coleta do rúmen de caprinos na Embrapa e com material total do rúmen. Extraímos o DNA para gerar uma biblioteca metagenômica e fazer uma exploração de novas enzimas com o intuito de aplicar em indústrias sulcroalcooleiras".

Na safra de 2008/2009, o Brasil produziu 24,3 bilhões de litros de etanol, sendo 83% destinados ao mercado interno. Segundo a ANP, em 2009, foram comercializados no país 22,82 bilhões de litros de etanol, um aumento de 16% em relação ao ano anterior. Atualmente, o álcool comercializado nos postos de gasolina vem do caldo de cana-de-açúcar. Os avanços tecnológicos que serão gerados por essa e outras pesquisas deverão contribuir para que o Brasil mantenha sua liderança no mercado mundial, pois o etanol poderá ser produzido a partir de outras matérias-primas.

Para explicar a produção de enzimas a partir do rúmen dos caprinos, a Embrapa Agroenergia contou com a parceria da Embrapa Informação Tecnológica, que produziu um vídeo que está no site da Embrapa Agroenergia.

 

 

 

Daniela Garcia Collares - é jornalista da Embrapa Agroenergia - daniela.collares@embrapa.br - Tel: (61) 3448-1581






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