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Caprinos e ovinos em São Paulo atraem argentinos

Autor: Andréa Leda Ramos de Oliveira Ojima, Lui - 09/02/2009

As atividades de caprinocultura e ovinocultura vêm se consolidando no agronegócio brasileiro. Em 2005, o rebanho de ovinos correspondia a 16,05 milhões de ca­beças e os caprinos a 10,31 milhões de cabeças. A região Nordeste detém 56,3% e 93% dos rebanhos de ovinos e caprinos, respectivamente. A região Sul representa 31,6% dos ovinos e 2% dos caprinos e ainda a região Sudeste é responsável por 3,4% do rebanho de ovinos e 2,4% do rebanho de ca­prinos. As atividades, entretanto, dão-se de forma diferenciada nas regiões do Brasil. O Nordeste possui tradição nestas atividades, cuja maior parte da produção é voltada para subsistência. Elas são consideradas importante fonte de alimento para as populações do meio rural, fornecendo carne, leite e derivados.

No Sul do país, existe a forte presença de ovinos lanados, que são mais adaptados a baixas temperaturas predominantes na região, on­de a produção é destinada para produção de lã e carne. No Sudeste, os rebanhos de caprinos e ovinos são direcionados para produtos com maior agregação de valor, destacando-se atualmente na produção de queijos e cortes especiais.

O enfoque da produção dá-se de maneira diferenciada em razão da proximidade com a cidade de São Paulo, que é o maior e mais exigen­­te mercado consumidor do país. O segmento de ­leite e derivados, por exemplo, deve apresentar um leque de produtos diferenciados, já que o consumo de leite de cabra ainda é incipiente e em muitas vezes demandado apenas por pessoas que apresentam alguma intolerância ao leite de vaca. O segmento de carne também se­gue esta tendência, oferecendo cortes especiais para redes de supermercados e restaurantes que atendem consumidores de classe média - alta. Dessa forma, as atividades vêm crescendo nos últimos anos no Estado de São Paulo, tanto pelo aumento efetivo dos rebanhos quanto pelo incremento do número de propriedades rurais destinadas à atividade. O rebanho de caprinos e ovinos, em 1996, era de 64,9 mil e 257,4 mil cabeças, respectivamente. Em 2005, passou a 82,1 mil cabeças de caprinos (aumento de 26,5%)1 e 324,7 mil cabeças de ovi­nos (aumento de 26,1%). Este fato po­de ser também confirmado pelo in­vestimento em reprodutores e matrizes de comprovado mérito genético.

O bom desempenho no Estado despertou o interesse de produtores e pesquisadores da Argentina, que resultou no evento “Intercâmbio Tecnológico Brasil & Argentina de Caprinocultura e Ovinocultura” realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pelo Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Vale do Paraíba (APTA Regional), com o apoio da Associação Paulista de Criadores de Caprinos (Capripaulo) e da Universidad Nacional de Lomas de Zamora (UNLZ) de Buenos Aires, Argentina.

O evento procurou aproximar pesquisadores, produtores e profissionais ligados à caprino-ovinocultura de São Paulo e da Argentina na tentativa de for­ta­lecer o segmento por meio da troca de ex­periências e informações, podendo tam­bém gerar negócios para os dois países. A programação incluiu visitas a diversas propriedades e ao Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Sudoeste Paulista.

Na região de Jacareí, onde teve início, o evento contou com a participação de Vicente Antônio Ribeiro, criador de caprinos e ovinos de corte e leite. Nessa proprieda­de, o sistema de produção é de confinamento, com destaque para os animais de apurada genética e uma estrutura de ca­ma de palha de arroz (diferente das ­usuais com piso ripado). Em Pindamonhangaba, a questão genética também predominou, com caprinos das raças Saanen, Anglo-Nubiana, Pardo Alpina e Tog­genburg. Observou-se a diversificação dos produtos, com inúmeros tipos de queijos destinados, principalmente, a res­taurantes da cozinha francesa.

Em Atibaia, no Rancho Morro Verde, foi possível conhecer uma criação de ovinos para corte que em 2005 foi considerada a “Cabanha do Ano” da raça Santa Inês. Em Laranjal Paulista, em uma visita a um frigorífico-abatedouro, observou-se o sistema de abate seguindo todas as normas de qualidade, com des­taque para os corte diferenciados, o que confirma a importância da agregação de valor aos produtos.

No município de São Carlos, a visita foi a Neogen, empresa que atua no segmento de melhoramento genético, possuindo ainda importante rebanho caprino da raça Boer. No município de Es­pírito Santo do Pinhal, conheceu-se o Centro de Ensino e Criação (Capritec) com animais da raça Saanen, cujo destaque é a sala de ordenha e a produção de diferentes derivados do leite de cabra (leite, queijos e cosméticos). A Capritec também oferece cursos de formação e capacitação em caprinocultura.

Em Itapetininga, o destino foi o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da APTA Regional do Sudoeste Paulista, onde os participantes puderam conhecer as pesquisas desenvolvidas no Polo Regional para a atividade, como ­sistema de produção de leite a pasto; avaliação de cruzamento de animais da raça Boer e Saanen; utilização de resíduos de culturas de inverno com uso de sal proteina­do para nutrição animal e diversificação de produtos lácteos. O evento foi encerrado em Tatuí, no Sítio Casa Blanca, que conta com a criação de animas da raça Boer (caprino), Dorper e Santa Inês (ovinos) semi confinados.

 

Argentina

 

Vale destacar alguns pontos da caprinocultura e da ovinocultura na Argentina. O sistema produtivo é regionalizado, com o rebanho caprino concentrando-se no Noroeste e o rebanho ovino no Sul do país. Nesse país, existem diferen­ças nos sistemas produtivos de ambas as espécies. A caprinocultura é uma produção basicamente de subsistência, em que o produtor conta com escassos recursos, pouca utilização de tecnologia e, ainda, pouca capacidade empresa­­rial. A ovinocultura apresenta um cenário diferente, no qual a produção é destinada ao mercado de lã e de forte tradição. Atualmente, tem um forte crescimento na produção de ovinos de corte, destacando-se os animais das raças Merino e Corriedale.

Para o presidente da Capripaulo, no Estado de São Paulo criadores de caprinos e ovinos vêm apostando nessas atividades. O rebanho paulista possui al­ta qualidade genética, o que proporcio­na altos índices de produtividade de ­leite, e, no caso do corte, carcaças com bom rendimento. Segundo o criador Luiz Roberto, proprietário do Rancho Morro Verde, a carne de cordeiro é uma especiaria delicada, palatável, sem gordura saturada e de boa digestão.

O evento atingiu resultados satisfatórios, ao promover o intercâmbio entre produtores e pesquisadores dos dois países. As exigências desse novo mercado vêm imprimindo pressões sobre a cadeia de produção de ovinos e ­caprinos no Brasil e na Argentina, o que impli­ca que os produtores invistam em tecnologias para os sistemas de produção, assim como nos processos de industrialização e comercialização dos produtos. Essas exigências e pressões impõem à cadeia de produção uma coordenação que começa com a identificação dos gar­galos e posteriormente a busca de soluções.

Com a adoção de tecnologias economicamente viáveis e adaptadas ao setor, as atividades caprina e ovina podem se transformar em um negócio economicamente sustentável, promovendo resultados financeiros aos elos da cadeia.

 

 

Andréa Leda Ramos de Oliveira Ojima é doutoranda em Desenvolvimento Econômico, Pesquisadora do Instituto de Economia Agrícola. Luiza Maria Capanema Bezerra é mestre, pesquisadora da Agência Paulista de Tecnologias dos Agronegócios. Alessandra Ligia Ramos de Oliveira é engenheira, zootecnista, pesquisadora da Secretaria de Agricultura, Ganaderia, Pesca y Alimentos - Argentina.

 






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