Página Inicial BUSCA no site












Estaremos em recesso no perí¯¤o de 21 de Dezembro a 10 de Janeiro.
Os pedidos realizados nesse perí¯¤o ser㯠processados apã³ essa data.

Feliz Natal e um Prã³°ero Ano Novo!


Matérias



O mercado balançou

Autor: Marcelo Barsante - 05/12/2008

Dentro de qualquer atividade do agronegócio,

a venda do produto é determinada pela lei da oferta

e da procura. O mercado de ovinos é assim também?

 

 

Desde que mundo é mundo, a lei da oferta e da procura sempre prevaleceu, ou seja, se há escassez de um produto o preço no mercado sobe, se há pro­duto em grande quantidade, o preço cai. Da mesma forma está acontecendo com a ovinocultura no Brasil, mais espe­cificamente com a raça Santa Inês.

A Santa Inês é a raça que mais cres­ce no país devido as suas virtudes como animal deslanado adaptado para o clima tropical. Saiu do Nordeste, seu lo­­cal de origem, e ganhou o Brasil ­inteiro. Em busca de crescer pelo mundo afora, os ovinos Santa Inês já são exportados para toda a América do Sul, África, In­do­­nésia e Malásia, mas as condições sanitárias do Brasil ainda precisam se adequar às normas de exportação para o resto do mundo.

Há alguns anos, escrevi nessa mesma revista a matéria “A explosão da ovi­nocultura” após ter visitado uma das maio­res feiras de caprinos e ovinos, a Fein­co, em São Paulo. Na ocasião, a ma­téria tratava do euforismo pela atividade em geral, com muita gente ingressando no ramo, iniciando uma criação, montando imensas instalações, adquirindo rebanhos enormes e comprando animais de elite a peso de ouro. Para qual­quer atividade mercadológica, todavia, em que se busca lucro, é preciso planejar e analisar o mercado.

Muitos agropecuaristas, porém, en­traram na atividade, não se organizaram e ainda trocaram a atividade antiga pela a ovinocultura. Nessas condições, planejamento é essencial para a sobrevi­vência da pecuária. Isso envolve controle de custos que vai desde a produção até o escoamento do produto final. A revista O Berro já mostrou que desta forma é possível obter lucratividade, comparando a produção da bo­vinocultura com a ovi­nocultura, planejando números de partos, idade de abate, entre outros.

Acontece que, dentro de uma atividade zootécnica de produção animal, seja para carne, pele, lã, ovos, ­genética, etc., é preciso ter a base da pirâmide, ou seja, os rebanhos comerciais que irão produzir o produto final os quais irão à mesa do consumidor em todos os lares do Brasil desde o Oiapoque ao Chuí.

Até o momento, isto não aconteceu, mas estamos caminhando. ­Estou falando da produção de carne de cordeiro. Porque sem ela a atividade não se justifica existir no Brasil, nem em quase lugar algum.

mercadNo Brasil, a ovinocultura divide-se em dois aspectos: seletiva (animal de elite) e produtiva (animal de corte), e com a grande euforia da corrida ao ovino, a maioria dos produtores deu preferência à seleção, ao invés de produzir carne, porque naquela época - cerca de 7 anos atrás - tudo o que se produzia de ­animais registrados era absorvido pelo mercado. Isso quer dizer que um animal de elite, de qualidade genética superior e devidamente registrado, que pode custar ­cer­ca de R$ 2 mil, é mais valorizado e atrai mais investidores do que um animal de corte, que pode ser comercializado em torno de R$ 120, por exemplo.

Foi apenas uma questão de tempo para acontecer a grande oferta de animais no mercado, através de leilões com transmissão ao vivo e eventos que se espalham pelo país. Essa divulgação dá popularidade à ovinocultura e valoriza os animais e o setor como um todo.

O fato de a ovinocul­tura de ­produção estar “em baixa”, ou seja, ser ­menos pro­cu­­­ra­da do que a seletiva, faz com que ela seja vista como alternativa pouco viá­vel, estreitando a produção e dificultando a absorção do montante produzido.

Também é preciso in­cre­­men­tar a ava­liação genética nos rebanhos. ­Chega de vender animais bem preparados à base de ração em sistemas artificiais de criação. Precisa-se de uma ovinocultura funcional, produtiva e lucrativa para todos. Deste modo, o produtor de genética, ou de ani­mais comerciais, ou de terminação, ou indústrias e o consumidor saem ganhando, adquirindo carcaças ou mesmo cortes selecionados de cordeiro precoce e de quali­dade.

O mercado de ovinos cresce a passos largos e rápidos, porém, numa mesma direção: a genética. A maior parte dos pecuaristas deixa de lado a produção de carne, tornando essa fase da atividade mais difícil e acreditando que investir só em genética é o caminho ­certo. Será que é assim que deve ser? Quem cria para abate fica na desvantagem? Isso é engano! O brasileiro está aprendendo e gostando de consumir carne ovina.

Hoje, o produto é encontrado com mais facilidade em supermercados, casas de carne, churrascarias, restaurantes e inclusive está presente nos churrasquinhos improvisados no final de semana. A parte produtiva tem vantagens, o povo quer carne na mesa, nas festas, no barzinho e de muitas outras maneiras. Por isto, quem “cria para carne“ não fica sem mercado; a venda é garantida e pode aumentar ainda mais no final de ano com a chegada das datas comemorativas.

Basta, portanto, fortalecer a produção e cada um fazer a sua parte, seja co­mo criador, indústria e consumidor. Exemplos disso são as associações de criadores de ovinos e os núcleos estabelecidos pela Associação Paulista dos Criadores de Ovinos (Aspaco). Cada nú­cleo possui um grupo de produtores assistidos pela Associação na comercia­lização de seus produtos.

Cada região pode fazer seu grupo unir-se, trabalhar em prol da atividade e deixar as águas turbulentas passarem.

 

 

Marcelo Barsante é zootecnista e consultor da Neo-ovinos.






Link para esta p᧩na: http://www.revistaberro.com.br/?pages=materias/ler&id=998


Desenvolvido por Spring
rea do usuᲩo

 
Cadastre-se para acessar as mat鲩as restritas, clique aqui.

Esqueci minha senha!