1 - Quem sabe quanto paga para o Governo, no momento em que está saindo do supermercado? Um levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (BPT) mostra que, em média, 22.5% do preço do pacote vai para o cofre público. Ou seja, de cada 4 compras, uma vai para o Governo! Enquanto milhares de pessoas passam fome... (Os cálculos são feitos pelo “kit” básico: arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, margarina, óleo de soja, tomate, açúcar, leite e pão francês). Resultado: para obter equilíbrio, cada família faz 3 refeições e jejua outra, para pagar ao Governo!
Quando o presidente diz que o Brasil é exemplo para outros países, não está sendo verdadeiro, pois a média mundial de tributos sobre alimentos é de 6,5%. Na Inglaterra, o imposto sobre alimentos é “zero”. Isso mesmo: zero! A Alemanha é recordista em tributos sobre alimentos, na Europa, cobrando 7%. Nenhum destes países tem a extensão territorial, o clima e a mão-de-obra disponível como o Brasil para produzir alimentos. Nenhum deles apresenta, também, a pobreza que o Brasil apresenta.
Assim, o Brasil tem a faca e o queijo na mão, e não faz o correto é porque não quer. É preciso parabenizar o presidente Lula por ter enfiado as mãos no cofre público, distribuindo Bolsa Família, mesmo que equivocadamente. Afinal, o dinheiro nos cofres públicos é do povo! O dinheiro, colocado nas mãos do povo, é melhor do que ficar nos cofres, onde acaba tomando destinos nem sempre dignos de elogios!
Um país pobre como o Brasil deveria ter imposto zero sobre alimentos; bem como as taxas de Nascimento; de Casamento e de Sepultamento deveriam ser zero - nos cartórios. Ou seja, o povo merece tudo aquilo que é “elementar para sua sobrevivência”. O povo paga demais para produtos e serviços de menos. O pobre paga muito caro para viver no Brasil.
Assim, apesar da farta propaganda que todo Governo faz, para dizer que está correto, fica evidente que não assume o chão em que pisa. Há muita conversa, mas pouca ação cívica. Literalmente, as pessoas são fáceis de serem enganadas, pois recebem poucas informações sobre a realidade.
Dinheiro não falta para o Governo, basta ver o quanto é despejado para salvar grandes organizações que sempre nadaram em fortunas arrecadadas da própria população.
Nadando em açúcar, num oceano verde de cana, este produto é campeão de arrecadação, com 43,62% para o Governo. Para cada quilo comprado, o Governo fica com outro! O exagero dos tributos na Cesta Básica afeta justamente os mais pobres, pois estes são tremendamente afligidos com outras despesas como água e luz, também com alta carga tributária sobre tudo o mais.
2 - Existe a Cesta Básica de Alimentos e a Cesta Básica de Atividades Sócio-Produtivas. A primeira é a mais bajulada pelos Governos que entram e saem do Planalto, pois têm caráter imediatista. O Governo dá uma Bolsa Família e ganha milhões de votos e fica satisfeito, mesmo não tendo gerado qualquer emprego por conta disso. Apenas viciou o cidadão para vencer a eleição.
Já a Cesta de Atividades Sócio-Produtivas são aquelas que fixam a família ao chão, dando-lhe dignidade cívica por meio da produção. Neste caso, o Brasil é um fracasso histórico, pois tem privilegiado, sempre, os grandes comglomerados, apesar de fartos discursos sobre Produção Familiar, etc. Muito discurso; pouca ação.
Se o Governo garantisse a produção de leite (vaca, cabra e ovelha), nenhuma criança morreria no país - isso seria uma grande ação cívica. Deveria estar na Cesta Básica com imposto zero.
Se o Governo garantisse um bife em cada prato, todo dia, haveria uma montanha de carne - e o homem brasileiro seria saudável para o trabalho. Também seria uma grande ação cívica. Deveria estar na Cesta de imposto zero.
Se o Governo garantisse produtos de nichos ecológicos (cabras no Nordeste, etc.) haveria dignidade na produção e fixação nos campos, levando à felicidade social, e não à desagregação social. Não basta dar terras a índios e quilombolas que não irão produzir um grama de alimentos para as cidades! Nem para os Sem-Terra que já provaram não ter interesse algum por produção. Ao invés disso tudo, há mais de 3 milhões de pequenas propriedades esperando que o Governo garanta o árduo esforço na produção de leite, carne, vegetais, etc. Estas propriedades podem gerar muitos milhões de empregos. Elas são, no entanto, massacradas pelos impostos e encargos diversos. Vivem literalmente algemadas.
As cabras e ovelhas são grande exemplo, pois o mercado mundial exige que o Brasil tenha um rebanho acima de 100 milhões de cabeças, gerando milhões de empregos em todo país. O Governo, todavia, até agora, pouco tem feito pela atividade que continua crescendo por conta própria. Um Governo que se diz “nacionalista” poderia primar pelas coisas que têm origem no chão. Nos momentos de crises internacionais, a salvação de qualquer país é sua produção e mercado internos.
A atual crise mundial é mais um golpe de sorte para o presidente Lula, que já teve a ousadia de enfiar a mão nos cofres públicos, para beneficiar a classe pobre. Quem sabe ele consiga abrir os olhos e enxergar o campo, antes de terminar o seu mandato. Ao fazer isso, terá se transformado em estadista, perante a História. Vaidade para ser um grande homem, ele tem, bastando apenas realizar um grande gesto para colocá-lo, definitivamente, nas páginas da História. Basta assumir a realidade do chão onde pisa: o chão do Brasil. Vale a pena acreditar que Lula, no final de seu governo, resolva assumir a realidade brasileira: as cabras e ovelhas estão esperando este momento há 500 anos.
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