Página Inicial BUSCA no site












Estaremos em recesso no perí¯¤o de 21 de Dezembro a 10 de Janeiro.
Os pedidos realizados nesse perí¯¤o ser㯠processados apã³ essa data.

Feliz Natal e um Prã³°ero Ano Novo!


Matérias



Lula acertou mesmo!

- 31/10/2008

Lá na Índia, o presidente Lula abriu a boca e falou uma dessas frases que merecem ser escritas para a posteridade. Pela primeira vez, um presidente foi ta­xativo: "Qualquer que seja a decisão dos deputados e senadores, para mim está ótimo, pois o que eu quero é garantir que o Brasil vai continuar crescendo; o mercado interno vai continuar sendo uma das molas propulsoras do nosso crescimento". Repetiu para todos ouvirem: "Contra a crise econômica, vamos responder com mais produção, mais mercado interno e novos parceiros. É assim que vamos sair da crise"!

Amém! Até que enfim um presidente olhou para o chão onde pisa. Se os governantes ajudassem os produtores rurais, o Brasil já seria uma potência mun­dial há décadas. Ao invés disso, ao ajudarem aos potentados urbanos, àqueles que ficam perambulando pelos corredores de Brasília, e extorquindo a riqueza rural, o Brasil sempre deu no que deu: enorme concentração de renda nas mãos de meia dúzia e um contingente enorme sobrevivendo às custas de esmolas eleitoreiras, tipo Bolsa Família.

Lula está de parabéns. O mundo precisa de apenas 30 bilhões de dólares para alimentar 923 milhões de pessoas que passam fome, segundo estimativas da FAO. É muito pouco dinheiro. Os Estados Unidos estão despejando 850 bilhões para alguns banqueiros acertarem suas contas e continuarem milhardários. Quem paga a conta é o contribuinte americano. No mundo inteiro, a crise pode chegar a 500 trilhões de dólares, o que daria para alimentar a população do planeta durante décadas inteiras. Uma montanha de dinheiro para satisfazer a ganância de alguns banqueiros e políticos corruptos. Até o Brasil já pensa em despejar 100 bilhões de dólares para salvar banqueiros, enquanto parte da infância continua morrendo de fo­me e falta de saúde (!).

Lula está de parabéns, pois a fome aumentou na América Latina e Caribe. Passou de 51 milhões de pessoas para 53, desde 2007. É um mercado vizinho que pode ser atendido pelo Brasil. A ONU preconiza que, para cortar 50% da fome mundial é preciso reduzir os desnutridos em 3,5 milhões de pessoas por ano. Tarefa fácil para o Brasil, se quiser aumentar a renda de seu chão.

Estranhamente, nos Estados Unidos, já se fazem passeatas exigindo que o Governo não entregue dinheiro para banqueiros. Afinal, o dinheiro do Governo é resultado do esforço e suor dos contribuintes e eles não estão com vontade de ajudar os nababos que sempre engordaram seus lucros às custas do próprio Governo. "É hora de parar a concentração de renda", gritam as faixas.

De fato, somente a desconcentração de renda pode levar felicidade ao mundo. Por isso, todo estímulo dirigido à propriedade familiar é correto (se for bem feito); também uma distribuição de terras é correta (se for bem feita - nas terras do Governo que estão sobrando!); todo esforço para gerar empregos é correto; todo estímulo ao homem que labuta no campo é correto; etc.

Lula está de parabéns! Há décadas que 50% ou mais do superávit primário é garantido pela renda do campo. Não são os automóveis, as indústrias, as telecomunicações, o mundo sofisticado que garante o superávit; é o campo mal trajado, mal pago, maltratado, extorquido. Apesar de tudo, dá lucro para o Governo se propagandear como "desenvolvimentista" e, quando diz "desenvolvimentista", sempre quer dizer "industrialista" e nunca "ruralista". Um paradoxo num país que insiste em não assumir o chão onde pisa, há cinco séculos.

 

 

 

Até que enfim um presidente resolveu dizer que "acredita no mercado interno" para superar uma crise financeira. Isso significa que os produtores rurais poderão produzir, com confiança, pois não serão traído (de novo!) pelos presidentes. Foram muitas as traições até hoje e estão nos livros de História.

Assumir o chão significa colocar um frango em cada panela; colocar um cordeiro em cada mesa; colocar um bife em cada prato; colocar arroz e feijão para todos, a preço simbólico. O Governo pode pagar a refeição de cada brasileiro, se quiser, nas contas da ONU. Dinheiro ele tem!

Assumir o chão significa dar valor ao suor do homem do campo e prestigiar aqueles produtos que dão lucro nas condições dos trópicos. É a cabra, a ovelha, a vaca leiteira, os grãos. O Brasil poderia ser um oceano de leite e ter um festival gastronômico em cada casa. O país tem tudo para produzir; sempre faltou apenas um presidente disposto a olhar para o mercado interno.

Agora, se Lula orientar a produção, de verdade, para o mercado interno, com uma política de longo prazo, ninguém poderá segurar o Brasil, pois milhões de toneladas serão produzidas para satisfazer a população e para exportação. O Governo terá aprendido, então, que é pouco se autobajular por ter conseguido um saldo positivo nas transações internacionais, à custa do setor rural. Ele poderá ter o dobro, o triplo, muito mais que isso, sempre às custas do setor rural. Até que enfim!

Afinal, com boas técnicas de pastagens, onde cabe apenas 1 (um bovino) podem caber até 50 ovinos ou caprinos, segundo especialistas em gramíneas e manejo pecuário. O Brasil está esperando, já passou de 200 milhões de cabeças de bovinos e pode passar de 200 milhões de ovinos. Tarefa fácil para o gigante que é. E tudo isso apenas nas propriedades que já existem!

O Brasil espera que a frase seja pra valer, mesmo, e que não se perca nos refrigerados corredores palacianos de Brasília. Que não seja uma frase política, mas sim uma frase de um heróico homem que reconhece o enorme esforço que as pessoas simples têm feito para sobreviver neste país tão assaltado por poucos ricos. É preciso entregar o Brasil para os brasileiros: Lula disse que vai fazê-lo. Parabéns.

Agora, é hora de rezar para o presidente cumprir a frase tão animadora.

 






Link para esta p᧩na: http://www.revistaberro.com.br/?pages=materias/ler&id=980


Desenvolvido por Spring
rea do usuᲩo

 
Cadastre-se para acessar as mat鲩as restritas, clique aqui.

Esqueci minha senha!