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Matérias



Criando ovinos deslanados

Autor: Rui Machado - 10/09/2008

Ovelhas da raça Santa Inês podem ser utilizadas com sucesso em programas de cruzamento voltados exclusivamente para a produção de carne. A diferença entre outras raças consideradas “especializadas” (Suffolk, Texel, Ile-de-Fran­ce) está no fator “antrópico”.

A explicação está na interferência do homem que possibilitou o melhoramento genético aos animais com um úni­co propósito: produzir carne de qualidade. A raça Santa Inês, no entanto, continua em “observações”, mas nem ­sempre de natureza zootécnica. A ela, ou a qualquer outra ovelha deslanada, atribuiu-se o dever de suportar diversidades climáticas e biomas como os da caatinga, pan­tanal e cerrado, e de produzir sob qual­quer circunstância, seja na seca, na chu­va, etc. Tal atributo, no entanto, não é co­brado tão veementemente de matrizes das raças consideradas “especializadas”.

Muitos criadores, principalmente do Sudeste e Centro-Oeste, adotam como modelo de produção a importação de fê­meas deslanadas do Nordeste, para cruzamento. A maioria destes criadores é egressa de outras atividades agropecuá­rias e, portanto, neófitos e ­inexperientes sobre o manejo dos ovinos. Nessas circunstâncias, pode haver um elevado ín­dice de mortalidade dos animais jovens e de doenças nos adultos.

Levando em consideração fatos e estudos, ovinos de raças deslanadas e seus mestiços são mais resistentes ao estresse causado pelo ambiente ­tropical, porém, susceptíveis a doenças co­mo po­do­dermatite e helmintoses. Pastagens muito úmidas, forrageiras inadequadas e de baixo valor nutritivo, dietas mal balanceadas e instalações mal planejadas que não ofereçam segurança, conforto e higiene apenas colaboram para o mau desempenho dos animais. Outros fatores, como o estresse, também são prejudiciais aos animais.

 

O transporte – Muitas vezes, o estresse dos animais está associado à for­ma de transportar e ao período de adaptação dos animais ao novo habitat. Superlotação, viagens longas, chuva, frio ou calor inten­sos podem induzir síndromes gastroentéricas, levando os animais à morte durante a viagem ou dentro de cinco dias após o desembarque. 

A quarentena – É imprescindível que os animais recém-chegados fiquem de quarentena antes de serem ingressados ao rebanho, recebendo alimentação fresca e leve, água à vontade, sal mineraliza­do e conforto térmico e espacial. Nesta ocasião, inicia-se o programa de vacina­ções e dosificações anti-helmínticas es­pecífico para a propriedade. Quando o lote em observação começar a ganhar peso e recuperar sua condição original, aí sim ele poderá ser envolvido no manejo da propriedade. A atenção, portanto, deverá ser dobrada, pois os animais mais sensíveis aos parasitas irão manifestar a doença e, rapidamente, deverão ser tratados.

Após quarentena, os ovinos deslanados, sobretudo o Santa Inês, ­adaptam-se perfeitamente ao clima do cerrado e da mata atlântica, que compõem as regiões Sudeste e Centro-Oeste. As ­áreas de muita chuva e temperaturas muito ele­vadas, como o litoral, requerem ­cuidados especiais, pois o ambiente favorece a in­festação de vermes, podendo prejudicar a rentabilidade da exploração.

 

 

 

 

Ovinocultura no Sudeste

 

No Sudeste, embora a produção de carne ovina ainda não atenda à demanda, a atividade tem se mostrado viável e lu­crativa. O mercado está crescendo e a tendência é que a ovinocultura torne-se cada vez mais comum na região.

Para que os produtos não percam a qualidade, pesquisadores da ­Embrapa Pecuária Sudeste, sediada em São Carlos (SP), realizaram cruzamentos com reprodutores de aptidão para carne, aplicando manejo que permitisse atingir altas taxas de prolificidade, de parição e de sobrevivência dos cordeiros. Os animais foram vermifugados e avaliados pelo método Famacha para complementar os resultados de um hematócrito (aparelho des­tinado a separar e contar os ­glóbulos vermelhos de determinada quantidade de sangue) e de exame de fezes para controle da verminose (OPG). A ­alimentação foi adequada para cada categoria (cordeiros, ovelhas no periparto, animais em aca­­salamento), garantindo o fortalecimento do sistema imunológico dos animais e auxiliando na prevenção de doen­ças.

O sistema adotado utilizou 120 ovelhas deslanadas Santa Inês puras e cru­zadas, acasaladas com carneiros da mes­­ma raça, Dorper e Suffolk. O objetivo des­te trabalho era avaliar o desempenho dos cordeiros em confinamento.

As matrizes foram mantidas em 3,5 hectares de capim Aruana, sob manejo in­tensivo (adubação) e rotação de pasta­gem, em piquetes de 3 a 4 dias e período de descanso de 24 a 32 dias. Na épo­ca seca, matrizes e crias “ao pé” foram suplementadas a pasto com silagem de milho. Água e mistura mineral foram fornecidos à vontade durante todo o período experimental. As crias tiveram acesso ao cocho privativo e foram desmamadas entre 17 e 20 kg de peso vivo e engor­dadas em confinamento, até atingirem o peso de abate (38 kg). A estação de mon­ta teve duração inferior a 51 dias. Neste sistema, a taxa de parição ­atingiu 92,5% e a prolificidade média foi de 1,5 cordeiro/parto. Os cordeiros 1/2 Dorper e Santa Inês apresentaram-se mais pesados ao abate (37,4 vs. 35,8 kg) e mais precoces em relação aos demais. Os ­produtos machos Santa Inês apresentaram características de carcaça superiores, de mo­do que não houve diferenças significativas entre os cruzamentos para os di­ferentes cortes da carcaça e também para a porção comestível, retalhos, ossos e sebo.

Os resultados preliminares indicaram que há menor conteúdo em ácidos graxos na carne das crias de Santa Inês, isso significa que a carne apresentou-se mais magra.

 

 

Rui Machado - médico veterinário e pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste.






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