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Lanado, semilanado, deslanado

- 16/05/2008

A incrível riqueza ecológica do Brasil não pode ficar confinada a algumas poucas receitas de raças. Entre os bovinos tentou-se implantar, muitas vezes, o mito de “raça nacional”, ora para alguma raça branca, ora para alguma recém-importada. Sempre deu errado e hoje o cenário é dividido entre muitas raças.

Entre os ovinos acontece a mesma coisa: nenhuma raça consegue ser “nacio­nal”. O fazendeiro não pode esperar milagres de uma raça, pois ela é apenas uma ferramenta para atingir a produção lucrativa. Uma produção lucrativa significa muita carne ou muito leite. Para se atingir muita carne ou muito leite é preciso ter o animal adequado à região e à situação. Nasce, então, a discussão sobre a escolha do melhor animal.

Há quem diga que os lanados são mais produtivos; há quem diga o oposto: que o deslanado é o ideal; etc. Na verdade, não interessa a discussão entre lanados e deslanados, mas sim sobre o carneiro lucrativo para cada região.

Já se sabe que o Nordeste merece o deslanado, totalmente deslanado e também o deslanado com alguns centímetros de pêlos e lã. Já se sabe que o Sul do país quer o carneiro totalmente lanado, mas também tira proveito do semilanado. O restante do país fica no meio, cruzando o deslanado (com zero ou alguns centímetros de lã) com o lanado, obtendo um mestiço semilanado.

Isto é ecologicamente justo, pois o Centro-Oeste e o Sudeste enfrentam momentos de ventos gelados, frio intenso (geadas) e excesso de umidade. Então o deslanado vai sofrer nesta região até conseguir engendrar linhagens específicas para a convivência com esse rigor climático.

A Região Norte (amazônica) enfrenta calor úmido excessivo e, então, o carneiro lanado irá exigir estudos de adequação.

Assim, cada região vai descobrindo qual o melhor tipo de animal deve ser explorado, sem paixões, sem dar ouvido a pregadores de raças. A ovinocultura não precisa passar pelos mesmos erros já cometidos pela bovinocultura tropicalista. Pelo contrário, tendo conhecimento daqueles erros, pode evitá-los.

A maior parte do território brasileiro, portanto, vai ser ocupada por imensos rebanhos produtores de carne, oriundos do ventre deslanado (geralmente Santa Inês), utilizando reprodutores de raças lanadas ou semilanadas, como Texel, Dorper, e tantas outras. O animal produtor de carne será atingido pela soma de virtudes diferentes em cada raça. Não se pode dispensar uma raça como a Texel que é extremamente estudada na Europa, tendo até Testes de Progênie. Também não se pode dispensar um Poll-Dorset que é apontado como de carne finamente selecionada. Nem do Dorper que é raça sobejamente reconhecida para formação do F-1 no mundo inteiro. Cada raça tem alguma particularidade que pode ser bem aproveitada em uma produção planejada de carne.

Assim, o pecuarista produtor de carne ovina tem um coquetel de raças para trabalhar, sabendo que a questão do pelame do animal deve ser decidida pelas condições ecológicas e não por ele. Alguns fazendeiros fixarão novas raças; outros preferirão tirar proveito da heterose, ficando sempre com o rebanho em alta mestiçagem. A ciência dos cruzamentos é fantástica e produzirá, ainda, muitos resultados lucrativos no mundo tropical.

Pode-se afirmar, então, que a maior parte da carne a ser produzida no Brasil utilizará animais semilanados e lanados, pois ela sairá das regiões Sudeste e Centro-Oeste. O ventre para essa fantástica produção terá início, sempre, com as raças mais rústicas do país: os deslanados nordestinos.

Em qualquer país do mundo esta tem sido a receita do sucesso e não será diferente no Brasil.






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