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Verminoses: quando o “Menos” vale “Mais”

Autor: Cecília José Veríssimo - 14/04/2013

Muitos pensam que a maior quantidade de aplicações contra vermes pode ser uma solução, mas outros concluem que quanto menos, melhor.

 

 

Várias instituições reuniram-se para realizar um trabalho cujo objetivo principal é conhecer o estado atual da resistência dos vermes a produtos que usamos para combatê-los (vermífugos). São elas, no Estado de São Paulo: Institutos de Zootecnia; Instituto Biológico; Unidades de Pesquisa pertencentes à APTA (Agência Paulista de Tecnologia de Agronegócios) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e Embrapa Pecuária Sudeste. Cinco grupos químicos de vermífugos estão sendo avaliados: albendazol, levamisol, ivermectina, moxidectina e closantel.

A avaliação deverá ser efetuada em pelo menos 38 propriedades em diferentes regiões do Estado. O projeto envolve pesquisadores que tem o objetivo de formar uma rede na área de sanidade de ovinos.

Participam do trabalho os seguintes pesquisadores:

A pesquisadora Simone Méo Niciura (Embrapa) será responsável pelo estudo da genética dos vermes. O objetivo é estabelecer um diagnóstico precoce da resistência, através da avaliação da distribuição populacional dos genes relacionados com a resistência dos vermes aos produtos químicos. O grupo dos albendazones será especialmente avaliado, pois seu gene de resistência é bem conhecido.

Os resultados dos testes a campo não são nada animadores até agora. Os pesquisadores já esperavam este resultado, pois o uso indiscriminado de vermífugos é o principal fator do aparecimento da resistência.

O Professor Marcelo Beltrão Molento (Universidade Federal do Paraná) também participa deste trabalho, atuando principalmente como consultor. Ele tem alertado os produtores de ovinos de todo o país em suas palestras, cursos e artigos técnicos sobre o problema. É um defensor do tratamento seletivo do rebanho, como o método Famacha que testa se o animal deve ou não ser vermifugado através da avaliação da mucosa ocular. O método é divulgado em várias palestras e cursos pelos profissionais, enfatizando a importância da alimentação e da resistência genética do animal à verminose como forma de controle.

O trabalho tem concluído que menos vale mais, pois quanto menos vermífugo é utilizado, o resultado é mais positivo. Preserva-se, assim, a eficácia do tratamento por mais tempo.

 

Eficácia

 

A primeira providência do técnico na assistência à propriedade é verificar a eficácia dos vermífugos utilizados. É muito comum o proprietário usar um produto, geralmente em todo o rebanho, não eficaz, ou seja, o uso pode ser desnecessário. O efeito acaba sendo o contrário ao desejado, aumentando a produção de ovos como se fosse uma “vitamina” para o verme. Os mesmos resultados são verificados em várias propriedades. O uso frequente do vermífugo no rebanho causa as seguintes consequências:

- Diminuição rápida, às vezes em menos de um ano, da eficácia do vermífugo. Esta pode ser acompanhada de aumento no OPG (contagem de ovos por grama de fezes), resultando aumento das infestações; 

- Aumento da proporção de Haemonchus contortus (verme que pode causar a morte por anemia) nas coproculturas - cultura das fezes utilizada para recuperar as larvas e identificar os gêneros presentes. Haemonchus contortus, geralmente, é o que mais sobrevive às vermifugações. Outros vermes menos patogênicos tais como Cooperia, Strongyloides, ou Oesophagostomum, podem desaparecer.

A combinação desses dois fatores causa muitos prejuízos ao produtor.

O trabalho exige que os animais estejam com OPG positivo, ou seja, tenham pelo menos mais de 4 ovos na câmara de MacMaster (câmara especial para a contagem de ovos de helmintos e oocistos Eimeria). O trabalho não foi realizado em algumas propriedades, pois a maioria apresentava OPG = zero, ou muito próximo disso. Veja alguns exemplos encontrados em propriedades onde o trabalho foi realizado (Tabela 1) e onde não foi (Tabela 2).

A eficácia do vermífugo pode ser facilmente verificada por meio da fórmula:

 

% Ef = média OPG (antes) - média OPG (depois) / média OPG (antes) x 100.

 

OPG (antes) = média que as ovelhas tinham no dia da aplicação do vermífugo.

OPG (depois) = média dos mesmos animais, preferencialmente, cerca de 10 dias depois.

 

O vermífugo para ser considerado eficaz, deve ter pelo menos 90% de eficácia. Um resultado abaixo significa que já pode estar havendo resistência.

 

 

Alternativas

 

Outras formas de controle alternativo da verminose, além do controle seletivo, vêm sendo estudadas para diminuir o uso dos vermífugos, tais como a fitoterapia e o uso de fungos nematófagos. Estes tratamentos logo estarão disponíveis ao produtor rural. O medicamento homeopático Sulphur 30CH obteve sucesso no controle da verminose em criatórios de Santa Inês na Bahia.

A alimentação adequada às categorias mais exigentes (fêmeas no final da gestação, ou na lactação e cordeiros) pode colaborar no controle da verminose. Isto acontece principalmente por causa do teor de proteína bruta da dieta que aumenta o sistema imune dos animais e consequentemente diminui a infestação.

Deve-se lembrar que a resistência dos animais à verminose é uma característica genética e hereditária. Um reprodutor (a) resistente passará esta característica às futuras gerações e o mesmo acontece com a suscetibilidade. O uso de  um reprodutor suscetível pode passar esta característica à maioria dos seus descendentes, o que pode inviabilizar uma produção sustentável.  A resistência dos helmintos aos antihelmínticos é cada vez mais uma realidade presente nas criações ovinas, por isto a opção (animal resistente à verminose) torna-se cada vez mais importante em um programa de seleção. Este trabalho pode combater o desenvolvimento e a sobrevivência de Haemonchus contortus, o mais prevalente e patogênico nematoide gastrintestinal.

 

Cecília José Veríssimo - é do Instituto de Nova Odessa (IZ), em São Paulo.






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