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CAE - Novo método de identificação

Autor: Ângela Eloy - 09/06/2012

A CAE já liquidou muitos rebanhos brasileiros e exige muito cuidado

e observação para evitar a introdução de animais atingidos pelo mal.

 

A Artrite Encefalite Caprina (CAE) é uma doença cosmopolita de alta prevalência nos rebanhos caprinos leiteiros do Brasil e do mundo, sendo inicialmente descrita na Islândia, e posteriormente relatada na França, África do Sul, Índia, Estados Unidos, Chile, Holanda e Alemanha. No Brasil encontra-se disseminada em alguns rebanhos no Rio Grande do Sul; Bahia; Ceará; São Paulo; Minas Gerais; Rio de Janeiro; Pernambuco; Maranhão; Pará; Piauí; Paraná e na Paraíba.

Caracteriza-se por apresentar alta morbidade, diminuindo o ganho de peso dos animais e a produção de leite, com interferência na produtividade dos rebanhos leiteiros. Além disso, por tratar-se de uma enfermidade controlada por barreira sanitária, representa um fator limitante para o comércio internacional.

É uma doença causada pelo vírus CAEV (caprine arthritis-encephalitis virus), de evolução lenta, manifestando diversas formas clínicas, tais como: artrite, problemas neurológicos, pneumo­nias e alterações na glândula mamária, apresentando semelhança molecular e biológica com o vírus visna-maedi. Como esses vírus já foram isolados, tanto em caprinos como em ovinos, foi ado­tada a terminologia de Lentivírus de Pequenos Ruminantes (LVPR).

O vírus pode estar presente em todos os líquidos biológicos do corpo do animal (saliva, sangue, leite, secreção vaginal e sêmen), sendo que a transmissão mais frequente entre caprinos ocorre através da ingestão do colostro e do leite de animais infectados.

Essa virose entrou no Brasil nas décadas de setenta e oitenta, atrelada às importações sem controle de animais da Europa. Na época, não havia conhecimento suficiente dessa enfermidade e, como consequência, não se dispunha de testes para avaliação dos animais. Animais de excelente padrão genético e infectados foram importados, levando à disseminação da doença a diferentes rebanhos do país.

Apesar da utilização de testes sorológicos, como o Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA) para detecção de anticorpos contra os lentivírus ca­prinos (LVC), esses testes apresentam baixa sensibilidade, podendo apresentar resultados falsos negativos devido à soroconversão. Além do estudo da reação do sistema imune à CAE, portanto, outra área em expansão é a proteômica, a qual visa estudar as proteínas, não específicas do sistema imune, presentes no sangue, leite, saliva, plasma seminal e espermatozoides. Essas proteínas são estudadas através de ferramentas como eletroforese unidimen­sional (1D) e bidimen­sional (2D), cromatografia líquida e também por espectrometria de massa. No campo das doenças, a proteômica investiga o aumento da produção, pelo fígado, do número de proteínas plasmáti­cas que são conhe­cidas como proteínas da fase aguda (PFA). Essas proteínas inibem a continuidade do dano tecidual, isolando e destruindo o agente agressor, e ativam o processo de reparação necessária do tecido para o retorno à normalidade.

 

 

 

A CAE ataca os joelhos.

 

A maioria dessas proteínas é formada por glicoproteínas sintetizadas pelos hepatócitos, como resposta à lesão tecidual, sendo encontradas na circulação sanguínea.  Nessa linha de trabalho, a medicina veterinária já está usando a proteômica para diagnóstico e monitoramento das doenças, como mastite bovina, doença respiratória bovina, doenças hematológicas e neoplasias em cães e broncopneumonia em bezerros. Mais recentemente, a equipe da Embrapa Caprinos e Ovinos que trabalha com pro­teômica iniciou seus trabalhos com ca­prinos portadores da CAE visando identificar proteínas ligadas a essa enfer­midade no plasma seminal.

Estudos preliminares foram realizados e já mostram uma diferença entre o perfil proteico do plasma seminal entre caprinos Moxotó infectados e não infectados pela CAE. Nos animais soronegativos, verificou-se a presença das proteínas de pesos moleculares de 17, 28, 66, 88 e 136 kDa, enquanto que nos positivos foram observadas bandas de 31 e 34 kDa. O estudo, já publicado em Anais de Congresso, é o primeiro sobre o uso das proteínas do plasma seminal no ­diagnóstico de caprinos portadores da CAE. O uso da proteômica, portanto, para identificação de caprinos portadores dessa enfermidade poderá, em um futuro próximo, levar à identificação de biomarcadores, colaborando com programas de controle e erradicação da CAE no país.

 

 

Ângela Eloy - é pesquisadora da área de Reprodução Animal da Embrapa Caprinos e Ovinos, em Sobral (CE). Médica-Veterinária, é Doutora em Fisiologia Animal pela University of Leeds. Título original: “Novo método de identificaçãode animais portadores da Artrite Encefalite Caprina (CAE)”






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