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Quero ovinos com DEP. Alguém tem?

Autor: Dra. Letícia Piccoli Pfitscher - 09/05/2012

Festa é festa, motivo de alegria, quando tudo é feito dentro da expectativa

dos participantes, mas e quando a festa consagra campeões

que pouco têm a ver com o interesse dos produtores de carne?

 

Mais uma vez saio frustrada de uma exposição de ovinos, não importa dizer qual foi, onde foi, quando foi, ou se o prêmio foi em dinheiro, ou se foi uma moto, ou se foram apenas troféus e rosetas. O que eu vi foram animais desproporcionais, marombados com promotores de crescimento e vitaminas, exercícios e rações especiais, entre “otras cositas más” que não podem nem ser mencionadas.

A vida real da ovinocultura não tem nada disso, ou não deveria ter, pois com certeza não precisaria ter. No máximo basta uma pastagem melhorada, ou uma suplementação com ração concentrada, feita em casa mesmo, para reduzir custos. Para os cordeiros e as fêmeas em pré-parto e em início de lactação, bastam resíduos da agroindústria. Enfim, tudo que melhore a qualidade dos animais de forma econômica, para garantir o essencial: o lucro.

Pergunto a vocês:

- Quando um carneiro, com cento e tantos quilos, vai passar para os descendentes todas as “vitaminas” que recebeu para melhorar a conformação da musculatura, os probióticos que tomou e a ração de elite que custa uma nota? Provavelmente nunca. Será que alguém acredita que um animal possa passar tamanha pujança para a descendência? Quem embarca nessa onda só pode mesmo se dar mal, pois vai colher produtos que nada lembrarão o fabuloso animal que atingiu altos preços e altas premiações que estava apenas adubado por tais ar­tifícios.

O mundo precisa de carne, mas essa carne tem que ser produzida de forma econômica e não cheia de suplementos e artificialismos. A exposição de­veria se ater à necessidade e expectativa do mercado. Não admira que as exposições vão se esvaziando, a cada ano que passa. Ali estão, sempre, lamentavelmente, novatos a serem fisgados pelos que tiram proveito da ignorância ou ingenuidade.

Cordeiro precoce é aquele que chega ao peso de abate aos 5 ou 6 meses, mas me refiro a meses de 30 dias e não de 40 dias, pois animais com 5 meses devem ter 150 e não 200 dias de vida. Registrar um nascimento aos 45 – 60 dias depois do nascimento não é, nunca foi nem nunca será indicativo de precocidade, mas deveria ser indicativo de cadeia para o infrator, por adulteração pura e simples. Em alguns países, essa enganação dá cadeia e expulsão automática de qualquer Associação. Lá, o produtor enganador jamais poderá voltar a ser selecionador: país sério é isso! Vender mercadoria adulterada é estelionato!

Melhorar artificialmente as características do animal para enganar, ou pressionar, o juiz não leva a ovinocultura a lugar algum. A Genética é uma Ciência: existe para melhorar o ganho de peso, a taxa de conversão alimentar, a conformação, a habilidade materna, a resistência contra verminose, entre muitas outras características herdáveis, que encheriam a página se fosse descrevê-las. Então, a obsessão apenas no melhoramento do "visual" para ganhar prêmios é, de fato, um crime, dentro da própria atividade.

A bandidagem não fica apenas restrita aos burladores, mas atinge também o juiz que se esconde por trás do fato de "julgar apenas o que está vendo na pista, mesmo sabendo que houve adulteração". A frase pode explicar - mas não justifica - a atitude de quem deveria ter máxima seriedade profissional, diante dos expectadores. Qualquer juiz sabe reconhecer um animal marombado e, ao evitar o confronto, está expondo a própria entidade de Registro Genealógico que engoliu uma idade falsa, ou a impostura química. Na sequência, há inspetores culpados, juízes culpados, entidades culpadas - uma atividade em que falta seriedade.

 

 

 

 

 

Até quanto vale um título? Os geneticistas nunca chegaram a uma conclusão.

 

 

As rosetas e os troféus deveriam servir para enaltecer um trabalho árduo para a conquista de animais produtivos. Caso contrário, nada mais são do que uma coroa para a fraude.

Sei que existem muitos criadores sérios que desenvolvem um trabalho excepcional e, desde já, peço desculpas pelo desabafo, mas sei também que, na maioria das vezes, não são eles que levam os louros para casa.

Parabéns aos que estão no caminho certo e uma dica aos que ainda não perceberam o potencial da ovinocultura: o mercado dos animais artificiais não vai durar para sempre. Os que continuarem no caminho correto logo terão recompensas, pois o mercado produtor de carne está crescendo e será ele que irá ditar as regras do jogo, brevemente. As regras resumem-se a uma constatação só: o animal precisa ser melhorador, de verdade, precisa ter DEP (Diferença Esperada na Progênie), pois a DEP é uma prova dos resultados que serão obtidos na progênie do comprador.

Por isso é preciso avançar, rapidamente, para animais com DEPs.

 

 

Dra. Letícia Piccoli Pfitscher é Médica-Veterinária - Fone: (22) 9969-7766






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