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Matérias



2050: Brasil grande exportador de carne ovina

- 06/03/2012

Ninguém segura a tendência mundial e o Brasil vai ter que ser

grande exportador de carne ovina e caprina, mesmo que na marra!

 

 

Aprende-se na escola que a his­tória humana tem sido marcada pela sucessão de impérios e civilizações, sempre ricos e poderosos. No passado, houve sucessivos faraós no Egito, que construíram maravilhas. Nabucodonosor na Babilônia. Grandes reinados na Índia; na China, na Grécia; na Macedônia. A esplêndida Roma dos Césares. Carlos Magno na Idade Média. O império Otomano; o império Austro-Húngaro, o império britânico, e muitos outros. Todos tinham uma coisa em comum: as ovelhas que vestiam e alimentavam as pessoas.

A França já foi a principal potência do mundo, mas foi superada pelo Reino Unido. Alemanha e Japão tentaram ficar no topo, mas não tiveram força suficiente. A URSS se desintegrou. Depois de duas Guerras Mundiais, o império norte-americano ficou no topo, mas já está disputando terreno com a União Europeia e a China. Existem especulações, cálculos, mas ninguém sabe qual país permanecerá, ou cairá. Só uma coisa é certa: o Brasil vai subir, mesmo que na marra! Já teve uma chance, no período colonial, mas não prestigiou as ovelhas e, então, teve que importar vestuários e alimentos, deixando de erguer uma nação voltada para o mercado interno.

Os últimos governos brasileiros, que transformaram o produtor rural em um quase pária, quando comparado com a pujança dos investimentos no setor ur­ba­no industrialista, esbarram agora na necessidade de mudanças que devem garantir justiça e dignidade ao produto do campo e aos que lá trabalham. Esta é uma exigência, não apenas dos bra­sileiros, mas dos conglomerados compradores mundiais.

 

 

 

 

O ciclo é curto e constitui ótima alternativa de lucro.

 

 

l No topo - No século XXI, a disputa pela hegemonia global já começa a acontecer entre os três países mais popu­losos do planeta. Os Estados Unidos continuam sendo a principal potência econômica internacional, mas devem ser superados brevemente pela China e, um pouco mais na frente, também pela Índia. Povo - quantidade de pessoas - é sinal de riqueza! Os países ricos querem atingir sua população máxima e, ao mesmo tempo, tentam reduzir a população dos países pobres, para evitar concorrência.

Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) o PIB mundial estava em torno de 70 trilhões de dólares, em 2010; sendo 14,6 trilhões para os EUA, mais 10,1 trilhões para a China e outros 4,1 trilhões para a Índia.

Consultorias internacionais como McKinsey, Goldman Sachs e Price Waterhouse Coopers (PwC) projetam um crescimento do PIB mundial em torno de 3,5% ao ano, o que daria um montante de 280 trilhões de dólares em 2050, quatro vezes maior do que toda a economia mundial em 2010. Em meados do século, a China chegaria a 59,5 trilhões de dólares, a Índia a 43,2 trilhões de dólares e os EUA a 37,9 trilhões de dólares. A China, portanto, seria a maior economia, seguida da Índia e derrubando os EUA para o terceiro lugar. Somente estes 3 países, no ano 2050, ostentariam o dobro da economia mundial atual e representariam metade do PIB mundial. Sua pujança estará calcada em seu mercado interno que é a garantia de solidez e riqueza de qualquer nação. Só o Brasil ainda não aprendeu, e continua mantendo um mercado interno pobre (sem poder de compra), sustentado com esmola governamental, tipo Bolsa Família, Bolsa Gás, Vale-Transporte, Bolsa Maternidade, etc. sem propiciar Educação para as novas gerações, pregando a redução da natalidade, seguindo assim uma cartilha primitivista, sem foco realista no desenvolvimento do cidadão.

 

l Viva a guerra! - O ser humano não gosta de paz, ou melhor, os líderes não gostam da paz. Até o presidente Barack Obama, dos EUA, que venceu eleições prometendo a paz, já aumentou os gastos militares (cerca de 700 bilhões de dólares ao ano), mesmo incrementando o endividamento do país, o desemprego e as desigualdades sociais. Agora, em 2012, Obama apresentou um plano para o orçamento militar de “somente” US$ 650 bilhões ao ano, de novo! Guerra - diz o ditado - é feita com três coisas: dinheiro, dinheiro, dinheiro. País pobre não faz guerra, faz chacina, dá tiro no pé.

A China já protestou contra a nova doutrina americana de guerra e tem aumentado seus investimentos militares para modernizar suas forças armadas, inclusive construindo porta-aviões para estar presente em diversas partes do mundo. Segundo a revista The Economist, a China vai ultrapassar os gastos militares dos EUA até 2025. A índia aposta no crescimento da sua população que deve chegar a 1,7 bilhão, transformando um fantástico amontoado de gente em poder político. A Índia também investe nas forças armadas para fazer frente aos seus poderosos vizinhos: China e Paquistão. A Inglaterra também cuida bem da modernização de sua força bélica, injetando bilhões nas fábricas da morte alheia.

Então, se há tanto investimento em guerra, todos podem ter certeza de que haverá guerras! Muitas. Por que existem as guerras?

1) As guerras entre potências, no passado, foram por disputas por terra e territórios.

2) Atualmente as disputas são por energia e petróleo.

3) No futuro as guerras vão ser pelo controle da água potável e alimentos.

4) Há ainda as intermináveis pe­quenas guerras religiosas como as que envolvem Israel e os países muçulmanos. E outras.

 

 

 

Os animais de leite, sim, por ficarem próximos da casa, são mais indicados para as pequenas propriedades.

 

O ser humano está sempre em guerra contra alguma coisa. A mais silen­ciosa das guerras é contra a Natureza, mas essa gera muito ruído na imprensa, mas pouca operação prática, pois os países ricos não gostam dela. O fato é que a disputa pelo poder, pelo dinheiro, leva à destruição crescente do meio ambiente.

Só países pobres e meio-desenvolvidos lutam pela defesa do meio ambien­te. Os ricos não se importam com as discussões sobre gases de efeito-estufa, aquecimento global, desaparecimento de rios, degradação dos solos, etc.

Os países ricos acham que podem retirar dos países pobres tudo que lhes interessa e, então, cabe a esses países pobres defender e lutar pela Natureza, para continuarem produzindo. Sem a Natureza, os pobres sequer terão o que vender. Um bom exemplo disso é o Brasil, que extorque a riqueza dos campos para financiar o crescimento de mega­lópoles e de impérios industriais e comerciais de certos grupos mancomunados ao poder político, no país e fora. A história brasileira prova: o campo sempre financiou as lutas pela “ordem e progresso” que sempre privilegiaram as ­cidades, mas quase nunca o próprio campo.

 

l A bússola - Em 2050, a classe média, no mundo, chegará a 6 bilhões de pessoas (segundo a Goldman Sachs) e cerca de 50% dela estará apenas nos 3 grandes países.

O consumo de proteínas pelos ricos e pela classe média será notável. Aqui entra um papel fundamental para o Brasil.

O Brasil está bem equipado, diante das guerras acima citadas: já tem ter­ritório e terra cultivável; tem rios para hidrelétricas, mais de 3.000 horas de sol (no Nordeste) para energia solar, muito vento para energia eólica, muitas possibilidades de biocombustíveis (vegetais), etc; é o maior proprietário de água potável do planeta, com enorme chance de produção de alimentos; não tem guerras religiosas por enquanto. Então, o Brasil pode ser a grande nação do futuro, distribuindo proteínas para os famintos do planeta. Boa parte dessa proteína pode ser obtida pela criação de ovelhas e cabras.

Assim, o único país que ainda tem território a ser explorado, em larga escala, é o Brasil. Estima-se que, mesmo aos trancos e barrancos, vai se tornar a 4ª economia global, com um PIB de mais de 8 trilhões de dólares até 2050 (segundo a PwC). Deverá continuar sendo o grande fornecedor de minério de ferro, metais, biocombustíveis, soja e outros grãos, além de grande exportador de carnes bovina, suína, ovina e de aves.

A rigor, os principais biomas bra­sileiros vão estar a serviço da geração de superávits comerciais para que os brasileiros possam importar os produtos industriais, as inovações de tecnologias computacionais e de comunicações e produtos de luxo para as crescentes camadas afluentes da população bra­sileira. É o que dizem as pesquisas acima mencionadas.

Mantendo a preguiça institucional no campo energético e aprofundando a escassez de água, o Brasil poderá, inclusive, importar da China indústrias completas de energia solar. Também fábricas de dessalinização para utilizar a água do mar na produção agropecuária. Calcula-se que, até a metade do século XXI, o Cerrado e a floresta amazônica (como já aconteceu com a Mata Atlân­tica) já poderão estar em estágio avançado de degradação. Muitos rios brasileiros deverão estar com pouca água. Por outro lado, provavelmente vai haver reflorestamento de norte a sul e a biodiversidade vai ser ensinada nas escolas, como hoje se ensina sobre as velhas civilizações e impérios do passado. O mundo terá fome e o Brasil será cobrado por isso. Cabe lembrar: as grandes potên­cias militares estarão longe e com fome, dispostas a revirar a terra brasileira para gerar alimentos! Se os brasileiros não assumirem o papel, outros assumirão, com certeza!

 

l Ovelhas e cordeiros - O Brasil está com cerca de 15% da população no campo e a tendência é ir reduzindo cada vez mais, imitando as grandes nações, como os Estados Unidos, que são um grande produtor e exportador de alimentos, com apenas 3% da população no campo (devendo reduzir ainda mais)! De fato, não é a quantidade de pessoas, no chão, que determina se haverá, ou não, produção de alimentos. O Brasil tem o maior rebanho do planeta e já é o ­maior exportador de carne, mas não é o maior produtor de carne! Perde para os Estados Unidos por não ter “tecnologia” su­ficiente. Assim, não adianta ter muitos produtores sem tecnologia, uma vez que é mais barato poucos produtores com muita tecnologia produzindo o suficiente para a sociedade. A orientação é produzir mais, em menos tempo e em menor espaço.

Aqui reside o erro de todas as Reformas Agrárias já feitas e em curso no Brasil: não adianta dar terra a quem não tem terra, pois o que a sociedade espera é maior produção de alimentos, que cheguem ao prato com menor preço. Felicidade social é barriga cheia! As revoluções acontecem quando as barrigas rugem.

Para obter maior produção no campo é preciso tecnologia, capital, crédito, seguro, escoamento, infraestrutura, etc. - ferramentas que as Reformas Agrárias jamais concederam. Por isso, um assentado de Reforma Agrária, quando é bem sucedido, logo adquire várias glebas de companheiros, aumentando sua “posse” para produzir mais e ganhar mais. Assim, a pretensa Reforma Agrária pulverizadora de terras acaba dando um tiro no próprio pé.

O tamanho da gleba, portanto, não é a bússola do bem-estar social, ou da felicidade da família, mas a produção, sim. Então, o Brasil precisa, na verdade, de uma Reforma Fundiária, dando ao produtor rural toda terra que ele consegue beneficiar, com sua família. Essa seria uma grande iniciativa de caráter social e econômico, mas esse assunto é “tabu” para qualquer governo da atualidade. O caminho seria, então, privilegiar o bom produtor rural que faz cumprir a função social da terra. Qual governo teria coragem de realizar essa reforma tão necessária?

Como resultado de política agrária equivocada, chega-se aos disparates. Por exemplo: em 2011, o Brasil pagou R$ 168 milhões para “indenizar” o trágico resultado das colheitas dos pequenos e microprodutores somente do Piauí. No restante do Nordeste (e do país) deve ter pago muito mais. Bem na cara do ano 2012: ano eleitoral. O Governo retira, assim, dinheiro da classe média para indenizar uma agricultura que tem morte anunciada nas regiões de alto poder eleitoral. Quem tem coragem de acusar o governo? Exemplos multiplicam-se, sempre de olho no voto, e não na aplicação de uma correta democracia. É nas pequenas glebas que se escondem os votos para as eleições demagógicas, embora as "esmolas" viciem o cidadão. Como resolver o problema das pequenas glebas?

 

l Espaço de ovelhas - O domínio da mecanização na soja, algodão, milho, trigo, cana-de-açúcar, e outros produtos, faz com que milhares de pequenas glebas fiquem reservadas para produção intensiva de carne. Tanto pode ser carne de gado, em confinamento, como de cordeiros e cabritos. Nestas propriedades cabem muitos milhões de cordeiros. Numa aritmética conservadora, é fácil projetar que um rebanho brasileiro de 100 milhões de cabeças é o degrau inicial para o Brasil fixar-se como fornecedor mundial. No momento está longe disso, pois falta a infraestrutura operacional e até a visão gerencial de todos os procedimentos para tamanha escala. Quando se observa o estágio da Nova Zelândia, Austrália, Inglaterra e Estados Unidos - na caprino-ovinocultura - é fácil concluir que o Brasil ainda está no tempo das cavernas, ou quase. Já escalou, porém, o primeiro degrau do desenvolvimento da atividade, mas não chegou ao segundo.

Por que a produção de carne ovina ainda não deslanchou, de vez, no Brasil?

1) Os empresários estão tateando, sentindo a temperatura do mercado. Centenas de pontos-de-consumo, princi­palmente de alta gastronomia, começaram a ofertar pratos de cordeiro, a exemplo do que já acontece nos melhores paí­ses. Logo haverá um formidável incremento na demanda de carne de cordeiros. Esbarra-se, porém, na falta de matrizes. Tarefa fácil de ser resolvida com pouco dinheiro, mas falta o conjunto de informações técnicas. Até há pouco tempo, criação de ovelhas era negócio de pobre nordestino ou gaúcho enrustido.

2) Vários governos já se dispuseram a introduzir carne de cordeiro e cabrito na merenda escolar. Tem faltado o principal: a carne. Tarefa fácil de ser resol­vida, com uma caneta, pois qualquer governador pode assinar e divulgar a intenção de compra. Assim, os produtores terão uma “Lei” e tratarão de produzir. O exemplo foi dado pela Paraíba, onde o governador assinou a intenção de comprar 30.000 litros de leite de cabra por dia, desde que os produtores façam sua parte. Então, agora, os produtores podem comprar matrizes e melhorar sua infraestrutura, já que têm garantia de escoamento.

O mesmo pode acontecer com a carne, em cada Estado ­brasileiro.

 

 

 

Pratos baseados em carne de cordeiro já vêm sendo ensinados no Brasil.

 

3) Um dos motivos básicos da lentidão é um grande desconhecimento das doenças e dos medicamentos para a atividade. Centenas de rebanhos desistiram, depois de ver a decadência dos animais, apesar de toda atenção. Não havia remédios eficazes. Este é um grande problema que merece explicação.

Por que faltam remédios? Simplesmente por causa da maldição de Sísifo, ou de Prometeu. Sísifo era obrigado a empurrar uma grande pedra até o alto da montanha e, ao chegar lá, o diabo em­purrava a pedra para o abismo, obrigando o herói a recomeçar a tarefa. Prometeu, na cruz, tinha o fígado devorado pelos abutres, mas por graça de Deus, o fígado voltava a crescer e, então, os abutres retornavam ao banquete. São sofrimentos eternos, do tipo “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. A indústria não produz medicamentos porque não tem mercado!

A indústria tem à disposição o mercado do gado em geral, somando 207 milhões de cabeças (em 2012). Nenhuma indústria presta atenção ao mercado de ovinos e caprinos, pois o rebanho é minúsculo: apenas 25 milhões de cabeças, segundo a burrice do IBGE. Ora, a indústria com esse mercado de 37 milhões de vacas leiteiras e mais 170 milhões de corte cruza os braços e fica aguardando o crescimento do setor ovinícola. Somente quando os ovinos e caprinos atingirem uma cifra interes­sante as indústrias irão descruzar os braços.

Assim, enquanto o rebanho de ovinos e caprinos for menor que 60 milhões de cabeças, o Brasil continuará a injetar remédio de vaca nos ovinos, vendo mortandade por todos os lados, sem adequação de medicamentos aos biomas, etc. Para a indústria, não vale a pena pesquisar remédios específicos para tão pequeno rebanho.

Isso é um fato e as estatísticas realistas do IBGE poderiam ajudar, mostrando qual é - de verdade - o tamanho do rebanho brasileiro.

Pergunta final: quem é o culpado por essa displicência da indústria? É o IBGE. Na sequência há matérias sobre os “rebanhos do IBGE”, mostrando a leviandade com que trata o setor de ovinos e caprinos, sendo um dos principais motivos que emperram o crescimento da atividade.






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