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Como foi o Sincorte-2011

- 13/12/2011

Uma guinada na História: eis o que foi o Sincorte, preconizando

o final de uma era e a inauguração de outra, sob a argúcia de

Wandrick Hauss que vislumbrou ser este um momento que exige franco

debate entre produtores e acadêmicos em geral, com apoio de várias

empresas públicas e privadas que lutam pelo melhoramento do Nordeste.

 

 

Aconteceu em João Pessoa (PB), de 24 a 28 de outubro, o 5º Sincorte-2011, que é o maior evento acadêmico do país, no setor de caprinos e ovinos. Neste ano teve um número recorde de 360 trabalhos técnico-científicos inscritos. A visitação foi de 4 mil interessados, sendo 400 produtores de 16 associações paraibanas. Para o próximo evento haverá caravanas do Rio Grande do Norte e Pernambuco. O número de inscritos chegou a 800 pessoas.

 

 

 

Cursos, palestras, oficinas, salas de debates.

 

 

Durante a abertura, o coordenador do evento, Wandrick Hauss, comentou que está havendo um rápido crescimento da caprinocultura e da ovinocultura, com notável aumento do interesse dos consumidores pelos produtos derivados de caprinos e ovinos, mas essa expansão ainda contrasta com a baixa adoção das tecnologias pelos produtores simples, dos sertões, principalmente do Nordeste.

"Na última década, o Brasil inteiro tomou conhecimento da potencialidade dos ovinos e caprinos em todos os Estados e já surgem rebanhos espetaculares produzindo carne, ou leite, inaugurando uma nova atividade para a geração de empregos" - adiantou. "Temos que acelerar as inovações, a geração de tecnologias, pois cada região tem suas exigências e somente a pesquisa pode resolver" - finalizou.

O presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), Manoel Antônio de Almeida, afirmou que são necessárias mudanças profundas nas práticas de produção para garantir a sustentabilidade da atividade, além de outras medidas, evidenciando que esta atividade faz parte da alma sertaneja e deveria ser base para muitas políticas públicas.

Juntamente com o Sincorte acontecia também a Feira Nacional do Agronegócio da Ovino-caprinocultura de Corte (Fenacorte) e no Hotel Tambaú, somente pelo auditório Sérgio Bernardes passaram 26 palestrantes, sendo 16 estrangeiros (França, Espanha, África do Sul e Estados Unidos). A Espanha tem demonstrado grande interesse no sertão nordestino e já vem firmando acordos com a Paraíba para produção de queijos finos de cabras e ovelhas. Também a Nova Zelândia tem mostrado interesse, mais na região da Bahia.

De acordo com o secretário do Desenvolvimento da Agropecuária e Pesca da Paraíba, Marenílson Batista da Silva, o evento serviu para enriquecer os conhecimentos do setor, "pois sem conhecimentos não há modernização".

 

 

 

Técnicos, estudantes, poucos empresários.

 

 

O Sincorte foi realizado pelo Governo do Estado da Paraíba, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca e da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PB), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Federação da Agricultura do Estado da Paraíba (Faepa) e Instituto Nacional do Semiárido (Insa). Apoio promocional da Revista Brasileira de Caprinos & Ovinos.

 

Alguns destaques

 

l Frigoríficos móveis - Além de excelentes palestrantes da Espanha, este Sincorte trouxe Susan Schoenian (EUA), uma das grandes estudiosas de caprinos e ovinos, no mundo moderno, para falar sobre os frigoríficos móveis (instalados em caminhões) que operam nos Estados Unidos e Canadá. Segundo ela, o tempo de frigoríficos no chão pode estar chegando ao fim, para os pequenos ruminantes!

l Rastreabilidade - Também a Espanha firmou um Acordo com o Estado da Paraíba, para divisão de esforços e começar um trabalho avançado de melhoramento de cabras e ovelhas nativas, com rastreabilidade garantida. Por isso, o recinto ficou lotado para ouvir o programa de rastreamento que vem sendo feito na Espanha e que pode ser implantado no Brasil.

l Câmara Setorial na Paraíba - Um dos pontos fortes do Sincorte, na área estratégica, foi a reunião oficial da Câmara Setorial da Caprino-Ovinocultura, com membros de todos os Estados, discutindo a pauta normal. Além disso, um dos assuntos foi a fundação da Câmara Setorial da Paraíba, com possível escolha da diretoria inicial. Discutida e votada, ficou aprovada a fundação da Câmara da Paraíba, deixando a escolha de dirigentes para um próximo momento. Uma vitória para o Estado que tem uma fantástica bacia leiteira e vem desenvolvendo muitos projetos em caprinos e ovinos. Além de contar com o maior rebanho nordestino de cabras nativas segregadas, com vistas ao futuro.

l Homenagem a Joãozito Andrade - O coordenador geral, Wandrick Hauss, fez uma homenagem ao criador e pioneiro, Joãozito Andrade, recentemente falecido. "Um homem que viveu lá na caatinga, começou com um casal da raça Canindé e chegou a ter um rebanho com mais de oito mil cabeças, estudando, para preservar, segregar. Foi a Portugal, Suíça, Inglaterra, para analisar se faltava algo para suas Canindés. Era um sacerdote. O Nordeste e o Brasil devem muito a ele, além do que fez pela raça Nelore, já muito divulgado no país inteiro. Acho necessário fazer aqui esta homenagem a um homem que tanto fez, sem pedir absolutamente nada para ninguém" - finalizou. Foi um momento de muita emoção, pois o altruísmo verdadeiro geralmente não está estampado em manchetes!

 

Rota do Cordeiro

 

Durante a abertura do Sincorte, a Embrapa, representada pelo chefe-geral Evandro Holanda e o Ministério da Integração Nacional, representado por Adria­na Melo Paes, assinaram acordo de ­cooperação técnica com o objetivo de desenvolver um conjunto de ações de desenvolvimento rural, denominado Programa Rotas de Integração, do qual o Programa Rota do Cordeiro faz parte.

 Na apresentação do Programa Rota do Cordeiro aos participantes do Sincorte, Evandro destacou as diversas parcerias firmadas, “sem as quais o Programa não seria possível”. “Nossa ideia é congregar esforços para viabilização dos arranjos produtivos, é estabelecer pontes entre as instituições de pesquisa e o setor produtivo”, afirmou.

 O Programa Rota do Bode aproveitou o momento para solicitar a inclusão da Paraíba, integrando os vários projetos já existentes. O programa estabelece núcleos onde estarão sediados projetos de terminação (frigorífico, curtume, etc.) e um sistema de produção e captação de matéria-prima até certas distâncias. "Assim, o Nordeste sertanejo terá uma rede integrada de produção e de escoamento" - garantia Evandro.

Numa próxima edição, a revista O Berro irá mostrar o esquema geral do programa Rota do Bode.

 

Projeto Bioma Caatinga

 

Em palestra sobre “Métodos e aplicações de planejamento estratégico, direcionado à inclusão produtiva da caprino-ovinocultura em sistemas competitivos modernos”, o pesquisador do Centro de Pesquisa e Projetos em Marketing e Estratégia (Markestrat), José Carlos Lima Júnior, apresentou dados de uma pesquisa realizada na Bahia, para o Projeto Bioma Caatinga. Segundo ele, os cinco municípios pesquisados movimentam quase R$ 230 milhões na atividade da caprinocultura.

“Esses números não existem em nenhuma esfera formal por conta da desarticulação da cadeia, que possui diversos atores à margem dos dados ofi­ciais”.

A pesquisa foi feita durante um processo de imersão nas comunidades, “o que proporcionou o envolvimento de pessoas que estão fora da cadeia de produção e dos números do IBGE, mas que afetam o sistema”, explicou. O trabalho também coletou opiniões dos produtores sobre as diversas políticas públicas existentes nas comunidades e esses dados devem servir de subsídio para a tomada de decisões das instituições públicas.

Lima Júnior acredita que para gerar desenvolvimento, é necessário rever políticas públicas a partir da opinião dos produtores que são (ou deveriam ser) afetados por elas.  “É preciso entender como os atores locais enxergam essas políticas, como se apoderam dela e o que esperam que aconteça após sua implantação”, afirma. O projeto Bioma Caatinga abrange o maior núcleo produtor na Bahia, mas pretende se expandir para outros territórios.

 

Políticas públicas

 

Mário Borba, presidente da Faepa e do Senar-PB, fez duras considerações sobre as políticas públicas no Nordeste. “Para que as políticas públicas funcionem, precisamos apenas de um bom projeto, uma boa equipe, profissionalismo, ética e seriedade”, afirmou.

Apresentou um resumo sobre a situação atual da Paraíba e do Nordeste e apontou os principais gargalos e impedimentos que emperram o sucesso de políticas públicas e dos programas e projetos implantados na região. A análise meticulosa abordava a convivência com a seca, educação, cultura e dignidade do produtor rural. “Enquanto os governantes não enxergarem as peculiaridades do Semiárido, enquanto não for encontrado um caminho para a convivência com a seca, nenhum projeto ou política pública vai funcionar” - adiantou.

Mário Borba ressaltou ainda a importância da educação diante do alto analfabetismo e baixa escolaridade no estado que atrasam o processo de desenvolvimento. “Segundo levantamento do IBGE, nós temos de 15 a 23% de analfabetos no Nordeste brasileiro. Como é que se quer fazer política pública, levar conhecimento, tecnologia, capacitação, pesquisas, se as pessoas não são alfabetizadas”?

Em certo momento, o palestrante foi duro e incisivo: "Se nós queremos desenvolver o Semiárido, desenvolver novos projetos e programas, temos que educar o nosso povo. Esta é uma dívida que o governo tem com o nosso semiárido”.

O presidente da FAEPA também abordou temas polêmicos como a falta de infraestrutura, tais como estradas e ferrovias para escoamento da produção, sistemas de irrigação e cisternas. Também acusou a falta de assistência técnica e o descaso para com a sanidade animal e vegetal, pois este tem sido um ponto crítico para o desenvolvimento da Paraíba e do Nordeste. Finalmente, discutiu o crédito rural, lembrando que “o endividamento rural é um problema que se arrasta e aflige os produtores rurais há vários anos. São 17 anos, 18 medidas provisórias e 15 projetos de lei que não resolveram nada”, enfatizou.

Mário Borba colocou ainda, a importância do planejamento, do acompanhamento e do monitoramento das políticas públicas implantadas; da consulta e envolvimento dos produtores rurais nas decisões sobre o setor e na elaboração de programas e projetos e o papel das câmaras setoriais. “O Ministério da Agricul­tura deveria, por meio das câmaras setoriais, dar um direcionamento para as cadeias produtivas, para que todos trabalhem no mesmo rumo”, afirmou.

O discurso de Mário Borba foi uma inovação, adentrando no campo da política, pois a discussão acadêmica pode ser boa, mas sem a vontade política e a consciência cívica, tudo pode se perder em pouco tempo.

 

 

Estandes com produtos de instituições do Estado da Paraíba.

 

 

Fazendinha Cariri

 

Para o público geral, havia uma minifazenda, denominada carinhosamente de Fazenda Cariri, imitando as principais instalações necessárias para o dia-a-dia de um estabelecimento rural. A maior parte dos visitantes, porém, tinha vínculo com o interior e achavam essa demonstração muito importante, para onde convergiam os fotógrafos e televisões, constantemente.

Ali eram feitas ordenhas, arraçoamento, e outras atividades normais, num pequeno espaço, contendo animais de raças diversificadas. Um elogioso em­preendimento que poderia crescer muito mais, nas próximas edições do Sincorte, englobando mais tecnologias simples, "pois valem mais algumas imagens que milhares de palavras", garantiu Suetônio Vilar, da Arco.

 

Caravanas do interior

 

Os estandes, com produtos sertanejos diversificados, eram visitados principalmente por estudantes de escolas públicas de João Pessoa. Ali estavam queijos, licores e patês feitos com leite de cabra, da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa-PB),  ou dos queijos da Fazenda Tamanduá e outras; até a exposição singela de obras do designer industrial Sérgio Matos, passando por ofertas de Cocadas da Quenga, sempre produzidas com apoio técnico da Emepa.

Diversas caravanas do interior visitaram o recinto. A principal veio do Vale do Piancó, das cidades de Emas (PB), seguida pelas de Catingueira e Olho D´Água.

 

 

 

Busca de aprendizado ou aperfeiçoamento.

 

 

O projeto foi idealizado pela prefeita Fernanda Loureiro, de Emas, logo seguida por José Edivan Félix e Francisco Carvalho, de Catingueiras e de Olho D´Água. As comitivas circulavam, experimentavam quitutes e, principalmente, recolhiam folhetos, cartilhas, livretos, para aprender e levar para casa novas informações úteis para a lida no campo. Ali também estavam presentes representantes de famílias já engajadas no projeto "Unidos para Crescer", exibindo sua produção.

A bandeira do projeto "Unidos para Crescer" é decisiva: "Não existe muni­cípio pobre, existe município sem pro­jeto".

 

Ilha dos Sabores

 

O 5° Sincorte ofereceu aos participantes e visitantes uma interessante inovação: um espaço gourmet dentro do evento, batizado de Ilha dos Sabores Gastronômicos, que funcionava a todo vapor, com aulas ministradas por grandes chefs, acompanhadas de degustações públicas. As aulas eram televi­sa­das, para atenderem muitos restaurantes da região.

Além disso, na Arena Gastronômica, 14 restaurantes de João Pessoa serviam pratos que utilizam algum tipo de carne oriunda da caprino-ovinocultura, além de queijos, vinhos, etc. O local, po­rém, acabou sendo reduzido para a grande multidão de todos os dias. Muita gente tinha que ficar em pé, esperando seu prato e, depois, tinha que saboreá-lo, em pé. "Ninguém imaginava esse sucesso, de repente" - comentou Wandrick Hauss, organizador do evento.

Além de público geral, esse era um local de confraternização, de pessoas do meio, autoridades em geral, "um am­biente arejado especial para encarar o presente e alternativas de futuro para a caprino-ovinocultura", garantiu Antônio Felinto, do Sebrae.

Sem dúvida, a Ilha dos Sabores foi o grande destaque desse Sincorte, na área popular, pelo seu ineditismo. Os mais renomados restaurantes de João Pessoa ofereciam ali um cardápio elaborado especialmente para o evento. Um dos destaques foi a "paella" de cordeiro, feita pelo chef Carlos Soares, como um espetáculo à parte que explicava que "a cor e sabor inconfundível do açafrão numa alquimia traduzida em notas, o carré de cordeiro derretendo na boca, a textura dos legumes, o sabor sutil e delicado de todos os ingredientes alimentam o corpo e inspiram a alma".

Artistas da gastronomia comandaram com maestria workshops dinâmicos e divertidos, foram tardes e noites festivas ao som de boa música, cultura, degustação de pratos maravilhosos e uma seleção incrível de vinhos da "Bacco Vinhos Finos". Participar desse evento foi uma experiência incrível, aprendizado e vivência que quero compartilhar com todos vocês.

 

Oficinas e Bates-rebates

 

Pela primeira vez, o Sincorte resolveu admitir grande espaço para discussões. Cada bloco de palestras admitia perguntas e respostas de debatedores e do público em geral. Pode-se afirmar que o tempo dos debates eram os mais procurados pela assistência ávida por novos conhecimentos. O debate é o momento de reunir os problemas do campo com os acadêmicos, cara a cara!

Também no recinto de estandes estavam as salas de Bates-Rebates, com cerca de 30 cadeiras para os interessados. Eram 8 salas, cada uma destinada a um tipo de assunto (Gestão, Reprodução, Nutrição, Sanidade, etc.). Os técnicos revezavam-se e eram obrigados a responder às perguntas do público.

Esta foi uma iniciativa que deverá voltar com muito destaque nas próximas edições do Sincorte, pois o público não quer permanecer longe dos especialistas. Quanto mais próximo, melhor!

As Oficinas incluíram as principais matérias do dia-a-dia, tanto em aulas teóricas no Hotel Tambaú, como aulas práticas no Parque de Exposições Henrique Vieira de Melo, em João Pessoa. Assim, os alunos aprendiam na teoria e tiravam dúvidas na prática!

 

 

 

A Ilha de Sabores foi uma notável inovação.

 

 

Conclusão

 

Mais uma vez a Paraíba foi timoneira da caprino-ovinocultura, na História. Com grandes feitos no passado, vem mantendo o Sincorte, sempre com inovações, procurando maior interação com o público.

Este 5º Sincorte deixou claro que o próximo terá importantes e revolucio­nárias contribuições, valendo destacar ­algumas:

u as mesas de palestras e de debates serão formadas por empresários e líderes rurais, na mesma proporção que de acadêmicos. O evento torna-se, portanto, uma ferramenta de atuação e não apenas de exposição de assuntos;

u as caravanas de visitação serão acionadas muito antes do evento, pois é um momento importante para o diálogo de aprendizado para os sertanejos. Ao mesmo tempo, poderão exibir seus produtos no recinto;

u a Fazenda Cariri ampliará suas instalações, permitindo novas operações;

u as tecnologias a serem apresentadas serão escolhidas, com finalidade de ficarem na vanguarda dos que procuram novos conhecimentos;

u a disponibilização de cartilhas, folhetos, livretos, será muito maior, por parte dos órgãos públicos;

u a Câmara Setorial será convidada para participar de debates;

u em todos os aspectos, procurar-se-á maior interação entre o público, empresários, produtores rurais, com os acadêmicos, por meio de momentos de debates, tanto em salas fechadas, como em grandes auditórios. O momento presente é de debates, em todas as esferas de conhecimento. Um bom momento democrático que abre horizontes auspiciosos para o Semiárido.

 

 

 

Opiniões do presente e futuro

 

Aurino Simplício - O Sincorte é uma das boas coisas que temos no Brasil. Não podemos jamais deixar que essa louvável iniciativa acabe. O Sincorte precisa, porém, virar o foco para os produtores, pois os estudantes se inscrevem, mas acabam passando a noite na farra ou nas praias. É preciso focar o ensino fundamental, pois tudo está voltado para as capitais e o campo está largado às traças. O contexto está desvirtuado, sem abordar gestão, custos, sem presença de empresários. O tempo vai passando, as conversas alongam-se, mas é preciso tomar decisões, até por questão de civismo, pois as pessoas estão lá no campo, sofrendo.

 

Aldomário - A proposta deste Sincorte está muito distante das fazendas. Em 5 anos, lidando com analfabetos, o projeto Cariri mudou o IDH da região, crescendo 4% ao ano. Leite foi revolução, enquanto o Brejo vai decaindo. A reboque, traz o turismo, festas, etc. O Governo não faz sua parte, ou melhor, não cumpre sua promessa. O leite está com 62 dias de atraso nos pagamentos. Somente a cidade de Monteiro já vendeu 58.000 cabras para o RN. Agora já está vendendo mais para o Ceará. O Sincorte tem coisas importantes para discutir, que são as experiências que estão dando certo.

 

Paulo Cordeiro (Capri­lat, RJ) - O Sincorte é fantástico, mas muito técnico. Precisa de mais caravanas, mais produtores. Deveria ser acionado pelos produtores e não por técnicos. Pelo menos 50% da iniciativa deveria ser privada, para a discussão valer a pena. Os produtores deveriam ter voz ativa para os acadêmicos aprenderem o que nunca aprenderam antes.

É uma das grandes realizações da caprino-ovinocultura do Brasil.

 

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