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Matérias



Na dança dos números

- 08/07/2011

As indústrias não oferecem tecnologia adequada e suficiente para ovinos e caprinos pois o rebanho é muito pequeno. De fato, segundo o IBGE, o rebanho brasileiro de ovinos e caprinos é de apenas 25 milhões de cabeças – muito pequeno para garantir investimentos. Então, se correr o bicho pega; se ficar o bicho come! O IBGE, todavia, é uma irrealidade de fazer pena, se não fosse tão trágico para o setor: uma simples análise dos resultados do Censo mostra municípios com 50 cabeças que deveriam ter 5.000! Muita gente acredita que o rebanho brasileiro já passa muito de 40 milhões de cabeças, mas o produtor não irá declarar, por medo de confisco, como já aconteceu no passado! Assim como 99% dos produtores rurais não apresentam frangos, galinhas, patos, porcos, ao Censo – quando criados para consumo próprio. Como avestruz, o IBGE prefere esconder a cabeça na areia para não enxergar a verdade, divulgando números levianos.

Para o produtor, em última análise, caprinos e ovinos são um bem móvel, servem para o consumo imediato, podem ser convertidos em moeda sonante durante uma única noite, ou seja, são o cofre forte dos produtores rurais e eles não irão escancarar seu cofre para nenhum Censo medieval. A contagem precisa ser feita por outros meios já disponíveis. Que a avestruz tire a cabeça da terra e contabilize o imenso rebanho que se esconde sob a bandeira da clandestinidade que vai muito além de 50%. O setor clama por cifras verdadeiras.

O mundo espera que o Brasil venha a apresentar, rapidamente, seu rebanho de 100 milhões de cabeças para começar a brilhar no cenário mundial. Os produtores estão fazendo sua parte; espera-se que o Governo faça a dele, começando por números condizentes com a realidade.

Ovinos e caprinos representam fixação no campo, felicidade social e renda garantida; portanto merecem atenção. É preciso reconhecer que chegou o momento de parar de pintar o criador como ignorante, uma vez que ele está de mãos atadas, sem defesa, sem garantias de um futuro e, como tal, esconde cifras que, para ele, representam um seguro de vida. Ao se lhe dar um futuro, garantindo a gratificação pelo suor, o fazendeiro poderá fazer o restante sozinho, introduzirá tecnologia, deixará de ser ignorante, etc.

 

u Farol do mundo – Nesta edição, a revista O Berro - depois que uma comitiva brasileira de empresários visitou a Nova Zelândia, trazendo de lá muitas novidades e informações úteis - começa a mostrar os mandamentos daquele país, onde reside o exemplo de que o Governo não precisa dar nada, apenas garantir a existência produtiva da atividade. Lá o Governo retirou-se do campo, deixando que a ini­ciativa privada comandasse o espetáculo do crescimento, transformando o país no maior exportador de carne, sendo hoje o farol para o mundo inteiro.

A Nova Zelândia, a Austrália, os Estados Unidos, a Europa inteira, todos esperam que o Brasil assuma a dianteira da caprino-ovinocultura mundial e têm tecnologia disponível para implantar, de imediato, no Terceiro Mundo. Há muito a ser feito pela carne ovina, nos mercados mundiais e, mesmo eles, precisam de mais participantes para enfrentar a carne de gado, de aves, de suínos! Chegou a hora de o Brasil entrar no time dos grandes produtores de ovinos e caprinos. O país tem terra, clima, animais e profissionais, mas ainda falta disposição governamental para levar adiante a maratona a favor do homem rural.

Em cada edição, a revista O Berro estará mostrando a pujança da Nova Zelândia, em todas as esferas da atividade, com a melhor tecnologia internacional - como bússola para os brasileiros. Lá não se concebe rebanho com menos de 2.000 ovelhas, que é o normal para ser cuidado por uma única pessoa ou família! Trata-se de um rebanho pequeno que, no Brasil, é o sonho de milhões de pequenas propriedades. Este sonho pode tornar-se realidade a qualquer momento. Basta o Governo querer.

 

u Epopeia gaúcha – Também nessa edição, a revista O Berro começa uma sequência de matérias que irá durar um ano inteiro, mostrando que o antigo rebanho de 14,0 milhões de cabeças que abrilhantava o Rio Grande do Sul já está começando a retornar, agora por meio da ovinocultura de corte. A produção de lã também voltará, mas com mais especificidade, abrindo caminho para a carne em todas as propriedades. Haverá menos ovelhas de lã, mas com lã de melhor qualidade, ou para atender nichos de mercado; enquanto a maioria será de lã carpete para uso comum.

As propriedades estão no mesmo lugar, apenas esperando o sinal do Governo, para multiplicação ou reintrodução de ovelhas, num momento em que o mercado está superaquecido. Os produtores sabem que têm apenas entre 5 a 10 anos para multiplicar o rebanho, ou terão perdido o bonde da história, mais uma vez.

O antigo e vigoroso rebanho de 14 milhões não foi ouvido, na ocasião em que despencava para chegar a minguados 3,0 milhões de cabeças, tendo sobrado para os proprietários descobrir que o melhor caminho para bem utilizar as terras seria transformar a ovelha de lã em ovelha de corte. Deu certo e, agora, milhares de propriedades já vão aumentando seus rebanhos.

Se os governos gaúcho e brasileiro quiserem, logo serão dezenas de milhares de propriedades, retornando ao brilhantismo antigo, aquecendo uma atividade em que quase tudo está para ser feito: comerciantes, indústria, insumos, frigoríficos, empacotadores, transportadores, exportadores, etc. Milhões de empregos aguardando a iniciativa governamental de apoiar a onda desenvolvimentista. De novo, a liderança poderá ficar com os gaúchos, uma vez que já têm a terra adequada e uma imensa tradição com ovelhas nos campos, bastando retornar à glória antiga de bem produzir.

 

u Produzir ou não produzir - Tendo terminado o Governo anterior, onde era comum o malabarismo com estatísticas e números, para criar uma ofuscação na cabeça de pessoas simples, chegou o tempo de colocar ordem na casa e, para isso, o Brasil conta com uma mulher na presidência. Mais uma vez, o país trata de sair do espírito medieval ufanista para entrar num período de colocar o pé no chão. As ovelhas têm um grande papel a cumprir, pois apontam para um futuro correto.

O Brasil meteu a mão no cofre público e distribuiu dinheiro para os mais pobres – uma boa iniciativa se estivesse alicerçada na Constituição – mas descuidou amplamente da infraestrutura produtiva do país. Por isso, favoreceu os que não produzem com o minguado dinheiro dos que produzem. Não houve estímulo para os que pouco produzem, levando-os para muito produzir, talvez porque os votos vêm dos consumidores e não dos produtores!

O país vive então, nos últimos anos, uma orgia de números fantasiosos. As televisões divulgam que tudo vai bem, mas não conseguem esconder que o que se vê discorda no geral e no atacado do ufanismo governamental. O Brasil vai bem, diante do mundo, em grande parte porque o mundo retrocedeu e não necessariamente porque o país avançou.

Para sua gastança particular o Governo mete a mão no saldo do comércio exterior propiciado pelo setor rural, mas não devolve o suficiente para garantir a produção nos próximos anos. Pelo contrário, embora o produtor rural seja o herói do desenvolvimentismo brasileiro – com suas commodities – o Governo trata de exibi-lo como inimigo da sociedade. Ora, o vilão não é o homem que trabalha o chão, mas sim quem surrupia o suado resultado, sem dar um horizonte tranquilo para aqueles que garantem a continuidade da produção.

 

 

 

O Governo mostra o proprietário como latifundiário, para pichá-lo, quando o problema social está no micro e minifúndio que são asfixiantes. Ao invés de apenas tentar reduzir ou liquidar o latifúndio, o Governo poderia – se quisesse – premiar os micro e pequenos produtores, dando-lhes mais terra para multiplicar, de fato, os alimentos brasileiros. O programa de Reforma Agrária, remando no lado oposto, doando terras para quem não vai produzir, é conceitualmente equivocado. ­

Enquanto isso, mais de 1,5 milhão de propriedades sonham em multiplicar seu espaço, ou seja, sua terra, com garantia absoluta de que também iriam multiplicar a produção. Por que o Governo não faz essa Reforma Agrária objetiva e racional? Até agora, jogou fora 80 milhões de hectares que poderiam estar nas mãos de pequenos bons produtores rurais que anseiam por ter um pedaço a mais de terra e que tem entre 10 a 30 hectares. Se recebessem 80 hectares, cada um, como presente, estaria feita a verdadeira Reforma Agrária, dando terra a quem quer produzir, de verdade!

Ao invés disso, lança programas que apontam o proprietário como vilão, um desmatador cruel, liquidando o meio ambiente, esquecendo-se que ele – o Governo - é quem se apropria de 40% da produção nacional. Para produzir o suficiente com única intenção de se manter vivos, o rurícola coloca em risco calculado todas suas possibilidades de exploração. Se o Governo retirasse os extorsivos impostos, a exploração de terras marginais e florestas também seria reduzida, pois o proprietário cuida da sua terra como o industrial cuida de sua indústria e a dona-de-casa cuida de sua casa. Ele não destrói a terra de onde tira seu sustento, mas a vem utilizando para poder pagar os quase 40% do imposto governamental.

Eis um raciocínio lógico: se o Governo quer se apropriar de 40% dos produtos, então dê mais terra para os pequenos produtores rurais, como gesto de decência aritmética, para que eles possam produzir o valor dos 40%. Ao invés de extorsão, o Governo estaria investindo na operosidade dos pequenos produtores: menos mal. O Governo, porém, apenas vai às televisões e culpa o proprietário rural – muito fácil! Por um lado, impede a produção, por outro pratica extorsão do pouco produzido; evitando dizer que este é o caminho da infelicidade futura, pois é embrião de conflitos sociais, segundo a História.

Seria bom se houvesse um retorno à boa aritmética, com números confiáveis e boas intenções embutidas nas cifras. Ovelhas e cabras são um bom exemplo de como começar a mudar o cenário do campo!






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