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MANEJO DE OVINOS NA ÉPOCA DAS CHUVAS

Autor: Marcelo Barsante - 11/03/2011

No Brasil de vários climas, a estação das chuvas é bem definida em quase toda extensão territorial, sendo imprescindível que o manejo seja correto para garantir sucesso na criação e evitar mortalidade e baixa produtividade.

 

O Brasil é continental com vários climas em diferentes estados, desde o Sul com inverno rigoroso e verão chuvoso, até o Nordeste com secas que duram longos meses.

A estação das chuvas chega a todas as regiões, algumas mais longas outras mais curtas e, em determinadas épocas do ano, outras podem ser em pleno inverno, como no Sul ou verão quente e chuvoso, como no Sudeste e Centro oeste.

A época das chuvas (águas) no Nordeste dura cerca de 4 meses e na região norte pode durar ate 7 meses. Nesta situação os ovinos precisam de alguns cuidados para poder garantir a sua produção, sem correr riscos de mortalidade por muitos fatores, além da baixa produtividade devido também a manejo errado e enfermidades que naturalmente podem ocorrer.

Para que o rebanho garanta a sua produção nesta época úmida e chuvosa, alguns manejos precisam ser adotados, devendo iniciar um pouco antes no final da seca.

 

Cuidados com a pastagem

 

Nesta época as pastagens encontram-se no ponto máximo de produção de massa verde, devido às chuvas (umidade), alta temperatura, luminosidade que levam ao vigor do desenvolvimento da planta forrageira.

Como a produção de forragem é máxima, podendo chegar até 80% da sua produção do ano em pastagens tropicais, como gramíneas do gênero Braquiária, Panicum, Penisetum, Cynodon, etc., suporta uma carga animal maior e, desta forma, favorece o surgimento de problemas sanitários.

O manejo de pastagem precisa ser realizado com perfeição, para poder otimizar ao máximo o potencial produtivo e garantir o ganho de peso que se deseja no rebanho.

 

s Período de descanso - É o período em que sai o lote do piquete e a gramínea irá se recuperar até poder ­receber novamente outros animais. Quantos dias serão necessários? Depende de vários fatores, tais como: fertilidade do solo, tipo de gramínea, lotação, altura de saída e desgaste da planta forrageira, adubação, chuva, luminosidade e temperatura.

O ideal é que os animais entrem na pastagem quando a planta forrageira encerra o seu ciclo de crescimento vegetativo e antes que entre na fase reprodutiva. Nesse ponto, o seu valor nutritivo, bem como nível de reservas, é máximo, sendo interessante aos animais do ponto de vista nutricional e possibilitando um bom nível de rebrota após o encerramento do período de pastejo.

 

s Período de ocupação - É o período em que o lote fica em pastejo direto no piquete que pode ser de 1 até no máximo 7 dias para evitar que o animal reinfeste-se no próprio ciclo da verminose. Então o rodízio de piquetes (ou rotacionado, ou ainda Voisin) é extremamente necessário, tanto para a forragem como para os animais.

 

s Altura de entrada e saída – Cada gramínea possui a altura ideal de entrada e saída. Basta pintar um bambu com as alturas e pode-se então medir em alguns pontos. Quando a altura estiver uniforme é o momento de se colocar ou retirar o lote de cada piquete.

Quando a altura de saída está de acordo com a da gramínea que se está trabalhando, o rebaixamento da planta forrageira favorece o controle da verminose, uma vez que - quando reduzido o seu porte - há uma maior penetração da radiação solar, principalmente ultravioleta, reduzindo os efeitos severos da dissecação devido à elevação da temperatura, queda da umidade ambiente e aumento da ventilação. Isto leva ao extermínio de parte das larvas e ovos (responsáveis pela verminose), ou faz com que migrem para a base do capim, constituindo como um “vermífugo natural” no controle da verminose.

Também nesta época do ano é possível fazer uso das adubações, as quais podem ser por meio de adubos formulados NPK com ênfase no nitrogênio, que leva ao aumento da produção de forragem. Também pode-se usar adubos orgânicos, desde que passem pela compostagem, pois este processo elimina ovos e larvas de vermes, pela alta temperatura da decomposição do material orgânico, evitando assim ainda mais contaminação  da pastagem. Pode se usar cama de frango, de galinha e dejetos de suínos. Caso seja cama de baia de ovinos e esterco, então ambos devem passar antes pela compostagem que leva cerca de 45 dias.

 

s Uso do lote rapador - É o lote de equinos ou bovinos adultos que entram na pastagem quando sai o lote de ovinos para 2 funções importantes:

1) Fazer o acerto do manejo à altura da pastagem, uma vez que ovinos preferem as folhas ficando então ainda algumas menos apetecíveis e talos que serão consumidos. Assim padroniza-se à altura do pasto.

Com este manejo não se pode colocar o segundo lote em pasto “rapado”, onde irá até perder peso. Neste caso os ovinos precisam sair antes e deixar alguma forragem disponibilizada para o lote rapador. Neste manejo o lote rapador terá um ganho animal menor, pois irá encontrar uma forragem que já foi selecionada, ou seja, terá apenas a pior parte.

2) A segunda função do lote rapador é sanitária. O lote irá consumir forragem com larvas de helmintos que os ovinos deixaram, mas esta verminose não irá se instalar em bovinos ou equinos e, dessa forma, acontecerá uma descontaminação da área.

Quando o lote de ovinos voltar ao piquete, daí a 25 ou 30 dias, encontrarão forragem com bem menos larvas L-3 que são as infestantes, pois muitas foram consumidas pelos equinos e bovinos e morreram.

 

Preparo para Inicio das chuvas

 

Antes do início das chuvas é necessário que se combatam as plantas invasoras, por meio de herbicida, roçada manual, ou trator e também fazer reparos nas cercas, a fim de evitar que os animais escapem dos piquetes por ocasião do início do pastejo, atrapalhando o manejo rotacionado.

 Usar cochos cobertos para que garantam a mineralização até em dias chuvosos.

Também realizar a tosquia, pois animais com a lã comprida armazena água que escorre para o corpo, resfriando o organismo e causando broncopneumonia que pode acarretar pneumonia que poderá ser fatal.

Também é necessário casquear todo o rebanho, retirando o excesso que cresceu no período seco, pois - na maioria das vezes - os animais ficam confinados, ou no cocho e andam menos, levando a menos desgaste dos cascos. É importante aproveitar a ocasião para inspecionar todas as patas dos animais na região da epiderme interdigital (meio dos cascos), para ver se algum animal já apre­senta mau cheiro e infecção. Os animais que estiverem com o problema devem ser separados e avaliados. Se forem animais velhos de baixo desempenho zootécnico devem ser descartados. Em outros casos devem ser isolados e tratados em pedilúvio (com formol a 10%, mais sulfato de zinco, ou cobre e antibiótico específico para o problema). As melhores quí­micas são: Tulatromicina, Oxitetraciclina, Florfenicol e Ceftiofur. Os antibióticos devem ser aplicados e depois avalia­dos os resultados. A bactéria que causa o problema na pastagem sobrevive de 10 a 14 dias. Assim, convém vedar os pastos onde estavam estes animais, para evitar novas contaminações. Os animais enfermos, só devem voltar ao lote quando estiverem curados, com certeza. Se o manejo anterior for realizado corretamente e em todos os animais do rebanho, a chance de ocorrer podridão de casco é mínima, a não ser que aconteça introdução de animais comprados e que tenham o problema. Daí então será necessária apenas a prevenção com pedilúvio a cada 15 dias, ou até mesmo uma vez ao mês se não tiver casos registrados.

 

Início das chuvas

 

Convém prestar atenção a 2 fatores que mais acontecem na região Sudeste e Centro-Oeste. Nesta época ocorre uma concentração de nascimentos no final do ano, ou ainda início da estação de monta, devido ao melhor escore dos animais e à dieta de alto valor nutricional.

 

d Nascimentos - A atenção precisa ser redobrada, tanto para a cria como para a ovelha, pois a chuva forte provoca pneumonia nas crias e, ainda pela umidade, acontece muitas miíases (bicheiras). É bom deixar em galpão fechado por 3 a 5 dias se colocar brinco, para não molhar e bichar, e ainda curar o coto umbilical com produto à base de iodo e mais repelente. Pastas com alcatrão são ideais.

Pode-se usar ainda no 2º dia do nascimento 0,3 ml de Ivermectina longa ação, ou Doramectina, a fim de evitar bicheiras.

Como a ovelha estará em final de gestação ou início de lactação, está­gios fisiológicos mais susceptíveis à verminose, deve-se usar o método Famacha a cada 15 dias e em grandes lotes a cada 10 dias.

Dosificar os animais com grau 3 Famacha e acima. Atenção ao uso de vermífugos que são abortivos.

 

d Início de estação de monta - Em animais em início de estação de monta, fazer mineralização e, se usar "flushing" (arraçoamento energético por 30 dias), o espaçamento de cocho deve ser de 35 cm por matriz. A relação de  machos no rebanho deve ser de 3%. Usar a tinta no peito do reprodutor, ou rufião, para marcar as fêmeas que foram montadas. Usar tinta pó xadrez misturada à graxa e passar com brocha no peito do macho 1 vez ao dia. As fêmeas em monta devem ficar em piquetes sombreados para evitar estresse térmico em dias quentes, pois podem causar absorção embrionária nos primeiros dias após a fecundação.

Nesta época, acumula-se muita lama e barro na porta e dentro das instalações, sendo importante retirar a sujeira diariamente, fazer drenagem da água da chuva para não ficar empoçada, pois ela leva à proliferação de bactérias e protozoários (emeiria, coccidiose).

A eimeriose nesta época é uma enfermidade talvez até mais séria que a verminose em alguns rebanhos. Por isto, cabe atenção a diarreias escuras e com manchas de sangue.

Sempre convém usar produtos preventivos no sal mineral como a Lasalocida Sódica (Taurotec), ou ainda curativo, se houver casos, como o decoquinato (Deccox), sendo este indispensável, na ração de cripe de cordeiros.

Também nesta época, surgem problemas de ectoparasitos, sendo mais comuns os bernes.

No gado usa-se produtos pur-on e ainda pulverizações. Já em ovinos estes procedimentos não são recomendados pois as dosagens são difíceis de administrar o que pode gerar graves intoxicações. Neste caso usamos Ivermectina 3%, ou Doramecina injetável.

A verminose nesta época é sempre mais aguda, pois é alta a lotação da pastagem, além de alta temperatura e umidade, levando ao surgimento de mais larvas infectantes.  Deve-se usar o controle racional da verminose. É sabido que, em todo o Brasil, há vermes resistentes a várias bases de vermífugos usados. Então é preciso usar um que seja o mais eficaz possível em cada fazenda. Ou retornar a alguma base antiga que deixou de ser usada há alguns anos. O produto do vizinho nem sempre funciona! O melhor produto é o que está dando certo em cada propriedade. Então é necessário usar o método Famacha e o exame de OPG para diagnosticar a eficácia de determinadas bases. Caso a base usada não esteja resolvendo deve-se mudar para outro grupo químico completamente diferente e avaliar depois de 7 a 10 dias. O método Famacha auxilia, identificando os animais muito susceptíveis que devem ser logo descartados.

Nutrição e manejo correto são os melhores remédios para ter sucesso na criação em época de grande umidade, época que favorece as enfermidades.

 

Mais informações: Marcelo Barsante - é Zootecnista e diretor da Neo-Ovinos Consultoria Ltda. (34) 9118-8082






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