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O milagre brasileiro

- 03/08/2010

É bom olhar para trás: faz um século, o Brasil não era quase nada; ainda era um país formado de índios na Idade da Pedra, africanos na Idade do Bronze e brancos da nação mais atrasada da Europa Ocidental. Os índios e africanos não possuíam escrita. Para piorar: em 1900, Portugal tinha a mesma taxa de alfabetização que a Europa antes de Gutenberg (15%)! Na mesma época, em 1895, o Chile já tinha 38% de alfabetização, quatro vezes a do Brasil. Ainda em 1950, guarda-livros era função de gente “desqualificada” no interior brasileiro. Alguns visitantes ilustres registraram nosso atraso social. Segundo Darwin, “nossos anfitriões têm maneiras deselegantes e desagradáveis; as pessoas e as casas são imundas”. Para Eschwege, “os mineiros não fazem uma caminhada de meia hora para ver e aprender alguma coisa”. Em 1900, o Rio de Janeiro continuava proibido para estrangeiros, pela sua insalubridade. A esperança de vida andava por volta de 30 anos, a mesma da Europa na Idade Média. O Brasil entrou no século XX com renda per capita menor que a do Peru e cinco vezes menor que a da Argentina. Em 1900, por volta de 90% da população não sabia ler, mas ainda importava até caixões de defunto!. Nessa época, Uruguai e Argentina já tinham uma sólida rede escolar pública.  As poucas revistas eram escritas e impressas na Europa. Os livros brasileiros vinham do exterior. O primeiro grande livro de pecuária (“A fazenda moderna”, 1903) foi impresso em Bruxelas e era tão importante para o Brasil que trazia até o brasão governamental. O Governo pagou este livro para combater o gado Zebu que ia chegando, mas deu tudo “errado” e, hoje, o Zebu domina o Brasil, vendendo carne para o mundo inteiro, enquanto aquele glorioso livro do Governo é um ilustre desconhecido.

Os imigrantes da Europa Central fizeram diferença, mas vieram em pequeno número, sem chance de se implantar como promotores de riqueza. Naquele momento, o Brasil começou a disparar no crescimento. Entre 1870 e 1987 (117 anos), o PIB cresceu 157 vezes, comparado com 84 vezes para o Japão e 53 vezes para os Estados Unidos! Ou seja, por mais de um século o Brasil liderou o crescimento mundial. Por volta da II Guerra Mundial, o país ainda importava palitos, sapatos, biscoito, lápis, manteiga, banha, cerveja, tecidos e roupas.

Hoje, olhando para trás, o salto econômico foi enorme. O Brasil virou um país industrializado, à frente da Argentina em produção de automóveis, em fabricação de ônibus e sendo o terceiro maior produtor de aviões comerciais. Saiu de uma agricultura semifeudal para um agronegócio de forte base tecnológica, apoiado em pesquisas de primeira linha.

 

 

 

Os indicadores sociais subiram vertiginosamente. Esperança de vida, posse de bens duráveis, tudo cresceu, e não foi pouco. Agora, praticamente todos os brasileiros (de 7 a 14 anos) estudam, chegando o país bem perto dos melhores latinos.

O povo, apesar dos fortes e camuflados retalhamentos sociais que têm acontecido nos últimos tempos, continua sendo uma sociedade heterogênea, mas culturalmente integrada e com forte sentido de identidade e nação. Ainda se exibe uma invejável tradição de paz social e tolerância: a boa herança portuguesa. A democracia dá espirros, mas continua ainda com boa saúde e sem problemas com vizinhos e fronteiras.

Para chegar onde está a Europa levou 2.000 anos. Mesmo assim, vários paí­ses ficaram para trás, como a Grécia e Turquia. Modernamente, brilham as sociedades de etnia chinesa, mas ela teve 3.000 anos de tradição e altíssimo nível de desenvolvimento no passado. A Índia dispara no crescimento, mas tem mais de 5.000 anos de história e uma sociedade rebentada. Os Estados Unidos, além de terem 100 anos a mais de independência, também distribuiu terras selvagens por todo território, atraindo imigrantes trabalhadores.

O milagre brasileiro foi ter avançado tanto, apesar da origem medíocre que teve e dos escandalosos descompassos do presente. O Brasil é um país de uma sociedade só, unida. Tentar dividir em etnias, classes ou grupos econômicos não pode dar certo e qualquer tentativa nessa direção será rejeitada pelas pessoas no correr do tempo. A união faz a força e, se está dando certo, não convém dividir.

 

u Cabras e ovelhas - Elas simbolizam o milagre brasileiro: viveram 500 anos de escuridão, abandonadas ao deus-dará nas cidades, povoados e sertões. Foram caçadas a bala por séculos e continuam firmes. Foram misturadas com sangues estranhos, permitindo vislumbrar sua destruição, mas se regeneraram! Continuam sendo a “moeda” do sertanejo.

Mesmo com tanto abandono, as cabras e ovelhas saíram da escuridão e já ocupam um importante cenário na economia pecuária brasileira. O país já produz 207 milhões de bovinos e vai aumentando a taxa de desfrute. Logo estará produzindo carne que, hoje, exigiriam 250, ou 300 milhões de cabeças. Estimativas apontam que o rebanho brasileiro poderia chegar a 400 milhões em caráter extensivo, mas estaria, então, produzindo a mesma carne que, hoje, pode ser conseguida com 220 milhões!

O setor de frangos deslanchou; o de suínos também; falta apenas o setor de caprinos e ovinos para abastecer o fabuloso mercado mundial. Só o Brasil pode produzir tanta carne. O atraso em adotar políticas adequadas a essa produção mostra sua incompetência em bem atender ao mercado mundial. É aqui que ainda faltam as lideranças para gerar uma discussão de alto nível na CNA e, depois, no próprio Governo.

Empresários já arregaçam as mangas e estão multiplicando seus rebanhos; surgem frigoríficos em várias regiões; implantam-se núcleos de produtores de carne; a atividade ganha ligeireza para sair dos 500 anos de escuridão. Se o gado levou mais de 100 anos para chegar ao sucesso mundial (1870 a 1985), os caprinos e ovinos farão o mesmo percurso em apenas 20 anos. Por isso é uma formidável opção de investimentos lucrativos, integrando gado e pequenos animais, respeitando as leis ambientais. Olhando o passado é fácil prever que ninguém segura as cabras e ovelhas!






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