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Acelerando a máquina

- 06/07/2010

 

 

 

O setor de caprino-ovinocultura sequer tinha expressão há 35 anos atrás, quando surgia a revista O Berro, mas já era uma atividade sólida no extremo sul, com a lã, e também no extremo Nordeste, com a carne e pele. Sobrava o imenso Brasil que mantinha milhares de rebanhos, mas passava completamente fora dos registros e censos. Num processo acelerado, os brasileiros assumiram a nova atividade e, logo, surgiram centrais de sêmen, grandes exposições, fabulosos leilões, buscando o mesmo brilhantismo que existe para o gado em geral.

Viveu-se um período de 20 anos de brilhantismo! Com a chegada da crise internacional, houve uma fuga de milhares de empresários e ficou parecendo que o setor sofrera um baque, mas o choque era de qualidade e não de quantidade. Como provar isso? Muito simples: hoje, os paulistas procuram cordeiros para abate e não encontram. Procuram no Centro-Oeste e não encontram. Ao mesmo tempo, os leilões de Santa Inês, no Centro-Oeste e várias localidades mostram preços compatíveis com a expansão de rebanhos de corte. Preços entre R$ 200 a 625 por arroba (total de R$ 800 a 2.500 por animal em pé) são um claro indicador de que há forte procura por animais comerciais. Isto significa que os rebanhos existem em profusão, embora de maneira desordenada.

Algumas raças, como a Dorper, Texel e Suffolk, nunca venderam tanto em sua história, para servirem de raças paternas nos cruzamentos com os deslanados em todo país. Por isso, vários empresários estão viajando para o exterior à procura de novas alternativas genéticas para seus rebanhos. O setor, por isso, continua evoluin­do muito bem, mesmo sem uma articulação geral.

Persiste, porém, uma dispersa oferta de animais de abate, com pouca homogeneidade de carcaça e regularidade de produção, até por falta de coordenação neste segmento - embora alguns frigoríficos já estejam pagando mais caro pela qualidade de carcaça. O setor, no geral, ainda não conseguiu articular sistemas de escoamento que garantam a produção dentro das porteiras. A chegada de novos frigoríficos caminha para resolver esse problema.

O setor de caprinos e ovinos está acelerando a produção de carne e leite, muito mais do que mantendo o foco em exposições. Parece que acabou o tempo em que havia expositores de mais e produtores de menos, no aspecto qualitativo. Os restaurantes querem carne; já há receitas culinárias suficientes; já é possível produzir a um preço competitivo; alguns setores até já apresentam certa tradição de consumo; tudo está pronto para marcar o gol na área econômica. Quem faz o gol é a produção e não a exposição, embora as duas tenham papéis entrelaçados e amigáveis, mas a produção tende a crescer e a exposição a estagnar, exatamente como aconteceu no gado, frango e suínos.

Surgirão comissões de produtores de carne dentro das associações já constituídas e estas começarão a trabalhar a favor do incremento da renda dos filiados. Esta é a nova fase que vai se iniciando no país. O enfoque estará na renda colocada no bolso do associado e não mais na elitização por meio de exposições, leilões, etc.

As aparentes dificuldades chegarão ao fim, quando houver quantidade de animais no Brasil, pois a indústria passará a fabricar medicamentos em escala, reduzindo preços; os insumos despencarão; as instalações serão simplificadas; a boa genética estará mais disponível; um novo mundo estará começando. Ovinos e caprinos estarão desfilando ao lado de frangos, gado e suínos.

Não existe, portanto, uma paralisação na caprino-ovinocultura, mas apenas algumas remodelações, mudanças de jogadores, ou novos enfoques, sempre colaborando para o enriquecimento geral. De fato, nunca se viram tantos simpósios, cursos, discussões, reuniões, mantendo o fogo aceso, ao mesmo tempo que a pecuária de lanados e semilanados vai ocupando um grande espaço, augurando milhões de cruzamentos futuros com os deslanados.

Pode-se dizer que o trem deu uma freada, para mudar de trilho, mas já começou a acelerar, novamente, em direção ao grande futuro.

Não há hipótese de erro na previsão de que o mundo precisa, urgentemente, de mais proteína, a qual só pode ser obtida, com segurança, por meio da carne e esta só pode ser produzida no Brasil. Algum estudioso poderia dizer que a produção dessa proteína poderá acontecer no futuro, e não agora, mas nem esse argumento faz sentido, pois os próprios pecuaristas já atropelaram as barreiras governamentais, transformando o Brasil no maior produtor e exportador de carne de gado. Os pecuaristas de ovinos e caprinos também já estão atropelando as barreiras há tempos, produzindo mesmo sem ter um sistema de escoamento garantido.

Diz a lei da natureza que “se há um buraco na praia, nele entrará areia”. O mundo quer e precisa de carne e, então, surgirão produtores dispostos a correr qualquer tipo de risco, para atender a necessidade que traz bons resultados econômicos. Com a redução das propriedades e as limitações impostas à pecuária de gado, cada vez mais sobrará espaço para a produção de ovinos e caprinos. Essa é a orientação. Ninguém segura os ovinos e caprinos como atividade de excelente lucratividade, no momento presente.






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