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HORA DO LUSCO-FUSCO

- 10/06/2010

O Brasil vai muito bem em sua economia, com introdução de uma fabulosa população no consumo de proteínas, ou carnes de preço acessível. Abre-se um formidável campo para produção de carne de cordeiro e de cabritos. O Brasil é a bola da vez.

É preciso contornar, porém, a Babel que confunde as línguas no setor da caprino-ovinocultura. De fato, o produtor nordestino não é sulino, nem do Centro-Oeste: cada região tem necessidades diferentes, tecnologias diferentes, mercados diferentes. Os cuidados sanitários do Nordeste não são os do Sudeste, Sul ou Centro-Oeste. O escoamento da produção esbarra em vários problemas logo após a porteira, entre abatedouros e frigoríficos, leis e portarias nem tão claras ou objetivas. Os insumos utilizados para vacas nem sempre podem ser ministrados para cabras e ovelhas.

A caprino-ovinocultura, então, precisa ser pensada globalmente, mas executada localmente. Aí reside a questão. É preciso sair do lusco-fusco para trabalhar sob a luz do dia!

 

 

 

Por conta do lusco-fusco muitas coisas podem acontecer. Se acelerar na penumbra, pode acontecer um acidente. Muitos criadores compram animais caros em leilões, sem ter a estrutura na fazenda: culpa do lusco-fusco. Empresários entram na atividade apenas para disputar prêmios em exposições: culpa do lusco-fusco. A produção de carne está aumentando, mas não chega às estatísticas do IBGE e tampouco atende o consumo de forma cabal: culpa do lusco-fusco. Fala-se muito em cabras leiteiras; nunca se produziu tanto; mas o nobre produto teima em não aparecer nas gôndolas: culpa do lusco-fusco. O IBGE contou 25 milhões de cabeças, mas uma simples extrapolação pelo uso da terra conclui que há mais de 36 milhões: culpa do lusco-fusco. O mundo quer comprar carne, mas os brasileiros ainda não chegaram ao patamar de poder vender: culpa do lusco-fusco. O Governo transforma caprinos e ovinos em moeda eleitoreira, financiando principalmente criações em micropropriedades que jamais poderão gerar carne ou leite para o setor urbano: culpa do lusco-fusco. As autoridades não enxergam a caprino-ovinocultura como ferramenta de dignidade nas pequenas propriedades, tanto como ferramenta de solidez econômica nas médias propriedades, tanto como atividade lucrativa na balança de pagamentos do país: culpa do lusco-fusco.

Para sair do lusco-fusco e entrar na luz do dia, basta lavar o rosto. Basta uma decisão firme de querer acordar.

A Paraíba foi além do lusco-fusco: em uma canetada histórica garantiu que irá comprar 30 mil de litros/dia de leite de cabra, tornando-se o maior produtor brasileiro. Logo outro estado irá usar a caneta, atingindo 40 mil litros/dia, prenunciando cifras cada vez mais eloquentes. Algum governo irá colocar toneladas de carne de cordeiro na merenda escolar, sendo seguido por outros. Estas são medidas importantes que permitem escapar da zona do lusco-fusco. Havendo escoamento garantido a produção surge pois, no Brasil, em se plantando, tudo dá.

Muita coisa vai se fazendo no varejo, com excelentes iniciativas de órgãos como Feinco, Sebrae, Senar, Federações, etc. - mas elas não conseguem o principal que é "garantir o escoamento lucrativo da produção". Enquanto isso, é preciso esclarecer que a culpa não é do produtor, pelos problemas que enfrenta dentro do curral, pois se tivesse bons preços de venda e mercado garantido, com certeza iria resolver todos os obstáculos. O bê-a-bá da economia começa pelo saldo positivo na hora de fazer as contas. No momento, o produtor rural está no lusco-fusco, lutando, sendo torpedeado por informações, decisões, especulações, percebendo que as coisas estão melhorando, mas tudo poderia ser muito melhor se houvesse um governo interessado nos resultados sociais da caprino-ovinocultura.

Resultados sociais significa carne, leite, couro, estrume, subprodutos diversos, riqueza em exportações, geração de milhões de empregos em pequenas e médias propriedades, com absoluto respeito ao meio ambiente.






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