O sarapatel é um prato muito apreciado, por quem conhece, e bastante assustador para quem não conhece. Por isso é melhor definir o que realmente espera do seu sarapatel. O legítimo sarapatel talvez possa revirar estômagos mais delicados, até chegar ao conhecimento pleno. Por isso, uma boa medida é usar o bom senso e ver o que dá para se encarar ou não. Só não vale descaracterizar o prato. Pelo contrário, o sarapatel é um prato sertanejo que espera a mão de especialistas, gourmets, para transformá-lo numa iguaria.
O sarapatel autêntico vem com os seguintes miúdos de leitão: coração, fígado, rim, bucho e tripas, tudo junto com o sangue, já coagulado. Pode ser comprado pronto, em mercados especializados, no Sul, ou em qualquer esquina, no Norte. E, nesse último caso, ainda é possível encontrar os ingredientes pré-cozidos.
Depois de comprar tudo, use o juízo para preparar o melhor sarapatel à sua maneira. Afinal, no Nordeste, estão os melhores: “sarapatel da mãe”, “sarapatel da sogra”, “sarapatel da avó”, “sarapatel da tia”, etc. Ou seja, existe sarapatel para todo gosto.
Ingredientes: Para calcular a porção, por pessoa, a medida ideal são 200 g de carne de miúdos picados, no máximo. Muita gente só vai provar; outros vão devorar. Aqui, você pode montar o seu kit, com mais desse ou daquele miúdo suíno: coração, fígado, rim, bucho, tripas, sangue.
Para cozinhar
- Limão, sal e um tantinho de fubá grosso, para lavar. O fubá ajuda no sabor final.
- 1/2 xícara de óleo (banha ou gordura de coco)
- 1 cebola grande picada
- 3 dentes de alho, bem amassados
- 1/2 maço de cheiro-verde do Norte (salsinha, cebolinha e coentro, muito bem picados)
- 1 colher (sobremesa) de colorau
- 1 pimenta dedo de moça (mais para verde), muito bem picada
- Sal
Preparo: Primeiro, separe o sangue com cuidado. Em seguida, lave bem as carnes com limão, sal e fubá.
Vire o bucho e as tripas ao contrário, antes de lavar. Feita a lavagem, coloque tudo, ainda em pedaços grandes, em uma panela com água e sal.
Cozinhe o sangue separadamente, com muito menos água e um pouco de sal. Reserve. Cuidado para não cozinhar demais os miúdos como coração e fígado, pois ficam com uma textura esquisita quando isso acontece e podem amargar. O bucho pode desmanchar. Portanto, a grande arte do sarapatel é acertar o ponto.
Depois que todas as carnes estiverem tenras, corte-as em pedaços bem pequenos e reserve. Numa panela baixa, doure a cebola e o alho, acrescente as carnes e misture com uma colher de pau. Salgue e sapeque os pedaços em fogo alto. Refogue, pingando água aos poucos, deixando tudo macio. Junte o sangue, amassado com garfo, acrescente todo o cheiro-verde, a pimenta, o colorau e misture tudo, resultando num cozido com caldo. Confira o sal. Para acompanhar, o ideal é um bom angu de fubá, pingando molho de pimenta malagueta a gosto.
Lembre-se: use sua criatividade para tornar o prato bem saboroso ao gosto de seus convidados.
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