Uma opção para quem procura qualidade de carne e ganho de peso com bom rendimento de carcaça.
Em tempos de crise internacional, a busca por alternativas para incrementar os negócios e aumentar lucros precisa estar na pauta de todos os mercados. No ambiente da Ovinocultura não poderia ser diferente e por isso este artigo tem o objetivo de apresentar alguns pontos importantes sobre uma raça que já foi bastante valorizada há algumas décadas e agora vem com tudo retomando seu posto como uma excelente opção para os criadores de ovinos, proporcionando sustentabilidade ao negócio.
A raça em questão é a Suffolk e a sua grande característica como raça terminal é um dos principais pontos para voltarmos nossos olhos para este animal.
Atualmente, o fenótipo ideal está na linhagem da Nova Zelândia. Isso é devido ao excelente programa de melhoramento genético desenvolvido naquele país, denominado “SIL” (Sheep Improvement Limited), que leva em conta índices e mensurações que vão aos poucos selecionando e gerando melhores animais, mais produtivos e eficientes.
Alguns exemplos de índices são: índice global transmitido pelo carneiro pai terminal; índice de crescimento transmitido pelo carneiro pai terminal; índice de carne transmitido pelo carneiro pai; índice de sobrevivência de cordeiro transmitido pelo carneiro pai; peso no desmame; peso vivo; peso de massa magra; capa de gordura; área de olho de lombo; sobrevivência de cordeiro e peso de carcaça.
“SIL” é um diferencial para a linhagem da Nova Zelândia e o futuro Suffolk no Brasil. Foi desenvolvido para ser uma ferramenta para criadores e compradores de ovelhas, através do “Meat & Wool New Zealand”, um órgão regulador e controlador do setor naquele país. É, inclusive, mantido por contribuições dos próprios criadores.
SIL opera o banco de dados genéticos e proporciona valores genéticos e outras informações genéticas, tendo acesso aos serviços de líderes geneticistas e especialistas da Nova Zelândia que estão continuamente trabalhando sobre os parâmetros genéticos para melhorar ainda mais a qualidade do rebanho da Nova Zelândia.
Todo esse trabalho é feito na Nova Zelândia com o objetivo de gerar maiores lucros para os criadores, porém sempre visando a qualidade e técnicas que não agridam o animal e o meio ambiente.
Por que é bom criar Suffolk?
Para os criadores há diversas razões para investir na raça. A procura no mercado de abate é maior e mais receptiva, o que proporciona a venda dos cordeiros por um preço mais alto.
O cruzamento com a raça Suffolk, seja no primeiro ou no segundo cruzamento, produz cordeiros com mais massa muscular, maior carcaça e com baixo teor de gordura. Os cruzamentos com Suffolk possibilitam também que tanto cordeiros machos quanto fêmeas sejam abatidos, porém permitindo a opção de se reservar as fêmeas para futuras matrizes de reposição, pois elas têm grande habilidade materna e produzem muito leite por um curto espaço de tempo, facilitando o manejo no desmame, além de não terem propensão ao desenvolvimento de mastites. Na raça, há grande incidência de partos duplos.
A conversão alimentar do Suffolk é muito boa. Dessa forma, o cordeiro vai para o abate mais rápido, principalmente quando submetido a boas pastagens ou confinamento. No tricross, muitas vezes, é possível abater o cordeiro entre 90 e 120 dias. O animal nasce pesando entre 4 e 5 kg e esse peso ao nascer favorece um desmame mais pesado, além do índice de sobrevivência dos cordeiros ser mais alto. Também já nasce com muita agilidade e logo após o parto já procura pela mãe para se alimentar. A mãe, por sua vez, tem grande facilidade para o parto, tanto por sua anatomia quanto pela anatomia dos filhotes, que possuem cabeça mais estreita, não causando dificuldade no parto e nem estresse.
As peças, principalmente o Carré, têm uma proporção muito bonita e grande, em comparação com outras raças, e possui mais altura e volume, com tenra idade. A capa de gordura do Suffolk é normalmente entre 2 e 6 mm, bem distribuída ao longo de toda carcaça, protegendo assim a carne contra queimadura provocada pela exposição dentro da câmara frigorífica. A relação carne x osso na carcaça também é diferenciada, pois os ossos do Suffolk não são excessivamente grossos, proporcionando um rendimento maior de carne na carcaça. Os restaurantes gostam e procuram por isso, pois sabem que, além da qualidade, o consumidor sai satisfeito e volta mais vezes.
Outra vantagem é o desenvolvimento de cordeiros mais homogêneos, trazendo maior padronização aos rebanhos. O padrão é criado rapidamente. Os machos Suffolk são reprodutores com muita libido e órgãos genitais bem formados, com circunferência escrotal muito boa, que tem alta correlação com fertilidade e prolificidade (facilidade para partos múltiplos).
Vale ressaltar também a seleção para aprumos corretos e cascos resistentes que possibilitam aos animais locomoverem-se com facilidade, e consequentemente, se alimentarem e desenvolverem melhor.
As linhagens mais modernas também não apresentam altura “excessiva” das pernas e sim “apropriadas” para cruzamento com raças nativas brasileiras, como no caso da raça Santa Inês. Além de encurtarem o pernil, agregam massa muscular.
A carcaça comprida também dá melhor rendimento frigorífico, pois a diferença entre peso vivo e o peso da carcaça apresenta um rendimento de 46% a 50%. Na Nova Zelândia, o rendimento chega a até 55%, sendo esta uma das principais razões de se utilizar a raça Suffolk para produção de carne.
Cordeiro Paulista
Também de importância para a comprovação do valor desta raça, o Campeonato Cordeiro Paulista (CCP), idealizado pelo Núcleo de Araçatuba e coordenado pela ASPACO, sempre apresenta cordeiros da raça Suffolk entre os vencedores. O CCP tem como objetivos divulgar a carne ovina, conhecer a performance das diferentes raças no desempenho do ganho de peso dos cordeiros em confinamento, conformação de carcaça, promover o consumo de carne ovina, e principalmente, congregar os produtores.
O Campeonato Cordeiro Paulista já foi realizado nas cidades de Araçatuba, Botucatu e Bauru, mas desde 2006 as provas são unificadas no Estado de São Paulo, ocorrendo anualmente na cidade de Araçatuba.
A tabela acima é o resultado final da edição de 2008, em que a raça Suffolk aparece em 1° lugar do ranking.
Vale ressaltar que desde a primeira edição do Campeonato, em 2002, a raça Suffolk obtém ótimas colocações. Em 2002, ficou em 2° lugar. Em 2003, obteve a primeira colocação. Em 2004 e 2005, conquistou o 2° lugar. Em 2006, ocupou 1° e 2° lugares. Em 2007, manteve a segunda posição.
Já em 2008, voltou a ocupar o 1° lugar.
Por que é bom consumir Suffolk?
Cada vez mais o consumidor procura por alternativas saudáveis na alimentação. A carne de cordeiro Suffolk é uma excelente pedida não apenas pelo sabor, como também, pelo seu valor nutricional e por alguns fatores que devem ser conhecidos e levados em conta na hora da escolha da carne que será consumida.
A carne de cordeiro é muito mais leve e tem alta digestibilidade, ou seja, não pesa e não causa desconforto na digestão. Isso porque é uma carne sem acúmulo de gordura em nenhum ponto da carcaça e não contribui com problemas para o colesterol indesejável. A digestão é muito mais rápida e fácil.
Giancarlo Antoni - jurado da Arco e criador da raça Suffolk
Para conhecer mais e ver os resultados completos, acesse http://www.aspaco.org.br/cpaulista/
Histórico do Suffolk
Surgiu na Inglaterra, em 1776, quando Jonas Webb, criador da raça SOUTHDOWN, juntou-se a Samuel Webb, criador da raça semisselvagem NORFOLK. Ganharam fama internacional ao cruzarem estas duas raças de ovinos, obtendo um tipo melhorado, conhecido como “CARNEIRO DE SUFFOLK”, com coloração negra nos membros e na cabeça. Esse novo tipo de ovino recebeu então, o nome de “RAÇA SUFFOLK”, porém somente reconhecida em 1859, quando teve seu primeiro ingresso em exposições através de autorização da Associação de Agricultura. No Brasil, a Raça Suffolk foi introduzida na década de 50, com a importação de animais vindos da Inglaterra por Demétrio Xavier, criador do município de Dom Pedrito, Estado do Rio Grande do Sul. Seguiram-se novas importações nos anos 60 e 70, para outras regiões do país. Todavia, a expansão da raça somente ocorreria no início da década de 80, a partir de importações feitas da Inglaterra e Nova Zelândia.
A partir dos anos 90 houveram importações massivas dos Estados Unidos e Canadá.
Hoje, a Raça Suffolk está presente em todo o Brasil, com predominância nos estados da Região Sul, Sudeste e Centro-Oeste. (Fonte: Site ABCOS)
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