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As 4 pecuárias básicas

- 03/06/2009

O mundo dos negócios é feito por momentos, ora de calmaria, ora de queda. Na pecuária, quando se fala em “crise”, o que se quer dizer, na verdade, é que está em voga um novo momento, provocando estupefação. Nestes momentos, muita gente perde o rumo, desespera-se por ter feito investi­mentos apressados; por não ter seguido uma bússola correta; e pode desistir de tudo. É importante, então, recapitular o cenário de investimento na pecuária de ovinos e caprinos.

 

 

 

Existem vários campos de investimento, para o empresário, destacando-se os quatro principais:

u1) O selecionador - Esta é uma tarefa quase sacerdotal. Trata da aplicação es­tudada de consanguinidade para obter maior prepotência genética de certas características. Nem sempre o selecionador obtém os produtos mais bonitos ou mais lucrativos, mas - para ele - o que importa é a missão de entregar para o mercado ani­mais com a necessária prepotência genética. Seus compradores, os criadores, expositores e produtores em geral, sabem apreciar tal trabalho. O selecionador tes­ta a perenidade de seus animais, no correr das gerações, galgando um degrau por vez. Ele é a garantia para os outros campos dentro da pecuária.

u 2) O expositor - Trata-se de uma extensão do selecionador. Na verdade, o se­lecionador aprecia o silêncio; enquanto o expositor gosta do barulho das exposições, dos prêmios, dos leilões; da empolgação, da propaganda. O expositor ­escolhe, com rigor, os animais destinados às exposições, assim como os antigos mestres marciais escolhiam seus gladiadores. São animais que podem suportar uma preparação beirando o limite biológico. O expositor, portanto, testa a potencialidade má­xima de cada animal, tendo em vista a fama, os prêmios e a glória. Por trás de to­do expositor sempre haverá a figura do selecionador!

u3) O criador - É a classe mais comum, muitas vezes confundida com as do   selecionador, expositor ou produtor. O criador, no entanto, é aquele que transforma os produtos do selecionador e do expositor em outros, mais adequados a vários tipos de mercado, de regiões ou situações. Há, portanto, criadores em todos os rincões, produzindo aquilo que o mercado quer comprar. En­quanto o selecionador e o expositor interessam-se pelos animais exponenciais, o criador preocupa-se em atender a demanda, com a quantidade que for necessária ou possível. Assim, ele não tem apenas um “primeiro time”, mas todos os times, ao mes­mo tempo, para atender todo tipo de mercado. O criador tira proveito da fama do expositor e da sabedoria acumulada do selecionador. Leva sucesso para os pro­dutores em geral, na forma de animais melhorados, zootecnicamente.

u4) O produtor - Este é o que transforma todos os produtos das classes an­terio­res em carne, leite, ou pele, dependendo da região e da situação. Para ele interessa aumentar a taxa de desfrute do negócio, ou seja, aumentar o lucro em cada ci­clo econômico. Para tanto, pratica toda sorte de cruzamentos planejados, aplicando o máximo de tecnologia. 

Além desses campos, vários outros pode­riam ser descritos, mas constituem mi­norias (exploração de estrume, de especiarias, de produtos para artesanato, de animais para finalidades exóticas: ciência, religião, etc.).

 

Presente da crise - Uma “crise” normalmente é focada em um ou dois setores, mas dificilmente em todas as demais. Assim, durante os momentos de “crise” é co­mum ver o pula-pula, ou seja, empresários abandonando um setor e mudando para outro, que julga ser mais sólido. Isso é absolutamente normal.

No momento atual, parte dos expositores colocará seus rebanhos em banho-maria, aguardando dias melhores. Haverá menor presença nas exposições, pois o prêmio não compensará o investimento na festa. Alguns, todavia, manterão a ­chama acesa. Enquanto isso, muitos novatos aproveitarão para acumular prêmios nas pis­tas. As entidades tratarão de evitar a presença de “conselheiros” que também sejam juízes nas pistas - como já aconteceu entre os bovinos há muitos anos!

No momento, o certo é que muitos selecionadores reorientarão suas famílias de animais para ­regenerarem a raça Santa Inês, com rapidez e eficácia. Muitos tentarão acoplar testes zootécnicos para terem uma divulgação consistente para seu trabalho. Já os criadores conseguirão comprar muitos animais selecio­nados a preço barato, para desfrutar um bom futuro nos mercados regionais. Os produtores, tanto de carne, leite e peles, tratarão de fabricar seus próprios reprodutores e matrizes, gerando um mercado próprio intermediá­rio de auto-seleção.

Resumindo: há excelentes fatos acontecendo na ovino-caprinocultura e ninguém deveria falar em “crise”. Num país cujo rebanho é desconhecido pelo IBGE (que diz haver 25 milhões de cabeças, quando é fácil calcular mais de 36 milhões!) e que pode chegar, facilmen­te, a mais de 100 milhões de cabeças, tendo em vista atender um mercado ­mundial, tão fabuloso quanto carente, chega a ser pitoresco sucumbir diante da pregação insistente de alguns poucos apóstolos do caos.

Neste momento, convém observar as “âncoras” da própria atividade: FEINCO, Expo. Bahia, Expo.Natal, Expo.Recife, Expointer, e mais o desempenho das ­centrais de tecnologia (sêmen e embriões), bem como da presença da revista O BERRO. Esta simples observação permite afiançar que a crise provocou um susto, sim, mas que já vai passando. A crise internacional atinge, sim, outros setores no ­Brasil, mas não a ovino-caprinocultura, pois ela faz parte do chão!

A pequena crise que já vai passando, de fato, não é estrutural, e sim de caráter zoo­téc­nico. Está atrelada a criadores e expositores que, movidos pela empolgação, acreditaram na carroça à frente do cavalo. Ou seja, divulgaram uma brilhante carroça, mas esqueceram que ela é puxada por cavalos e que estes precisam estar à altura de tanto brilhantismo. Por isso, este é um bom momento de reajustamento, passando do caráter festivo para os rígidos preceitos da Zootecnia. Este momento aconteceu em todos os países, onde a atividade ganhou destaque súbito, gerando uma “bolha” que, depois, explodiu. Igual ao que aconteceu no Brasil.

O enquadramento ou re-enquadramento nas quatro pecuárias é uma boa inicia­tiva para reflexão e reordenação dos investimentos, tirando até proveito da “crise”. Os que estão partindo na frente, já estão colhendo resultados positivos.






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