A caprino-ovinocultura revela formidável potencial de crescimento em meio às intempéries da natureza e à escassez de recursos materiais. Nos últimos 10 anos, a atividade evoluiu em Pernambuco e criadores aprimoram a tecnologia em termos de transferência de embriões e inseminação artificial e melhoramento genético.
Hoje, o Estado possui um dos melhores rebanhos do país e os animais já conquistam medalhas em exposições, feiras, leilões agropecuários e festivais gastronômicos os mais qualificados no âmbito nacional. Significa, portanto, um polo dinâmico da economia, fonte de geração de divisas, renda e empregos para a população. A tecnologia deste segmento é fator gerador de riquezas, ascensão e inclusão social. Ganhos de produtividade trazem prosperidade para pequenos e médios criadores e melhoram a qualidade de vida das comunidades.
A caprino-ovinocultura está em expansão tecnológica e em qualidade, mas é preciso avançar ainda mais. No atual estágio de evolução, está ficando para trás a ideia preconceituosa de que esta é uma atividade apenas de fundo de quintal. Faz parte, sim, de uma cadeia produtiva que agrega renda e tecnologia e promove a inclusão social. Um dos gargalos que deve ser superado é a informalidade, resquício da cultura de fundo de quintal. Uma meta que se faz presente é a organização da cadeia produtiva para incentivar a produção de leite com preços competitivos em relação aos Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. Para tanto, pecuaristas devem contar com o apoio de entidades oficiais, a exemplo da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Sebrae e Federação da Agricultura com seu Espaço Aprisco, Comissão de Caprino-Ovinocultura da Secretaria de Agricultura.
Eventos realizados pelo Sebrae contaram com a participação de cerca de 4.500 caprinos e ovinos do Estado de Pernambuco.
Em Serra Talhada (PE), município de maior rebanho caprino do Estado, dezoito atividades promovidas entre 2007 e 2008 renderam negócios da ordem de R$ 1 milhão e 600. De sua parte, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) desenvolve relevante trabalho através dos Agentes de Desenvolvimento Rural (ADR), mediante assistência técnica aos criadores e trabalhadores do setor. De tal modo, programa de sanidade da UFRPE resultou na diminuição da mortalidade e melhoria do rebanho.
Um dado positivo é a implantação da agroindústria de beneficiamento do leite de cabra em Iguaracy, São José do Egito, Sertânia e Arcoverde. Mais um avanço é alcançado através do matadouro especializado em caprinos e ovinos de Parnamirim, dotado do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
Esta é, em síntese, uma paisagem da caprino-ovinocultura no Estado, segmento rural em evolução para elevar ainda mais o orgulho de ser pernambucano e nordestino do semi árido.
José Marcos de Lima é presidente da Associação Pernambucana dos Criadores de Caprinos e Ovinos. Fonte: Jornal do Commercio (PE).
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